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Esse final da semana marcou a data de aniversário de um ótimo
compositor, que inclusive já fez parte da ala de compositores de um ilustre
reduto de sambistas carioca.
Edel Ferreira de Lima, popularmente conhecido como Dida,
nasceu no dia 14 de abril de 1.940, na cidade do Rio de Janeiro. Foi integrante
da ala de compositores do famoso Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, bloco originário
do subúrbio carioca de Ramos, zona da Leopoldina onde aos pés da tão cantada tamarineira,
árvore sob a qual aconteciam e acontecem as famosas rodas de sambas da
agremiação. Uma característica do bloco é o de não escolher samba-enredo sendo
os temas desenvolvidos pela ala de compositores, pela qual já passarm nomes
como Jorge Aragão, Niltinho Tristeza, João Nogueira, Neoci Dias, Almir Guineto,
Sereno, Agildo Mendes, Chiquita, Marcílio, Bira Presidente, Wastir e
Valdir.
Em 1963, Dida compôs "Fim de Carnaval", que foi gravado
pelo Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos no ano em 1964. No ano seguinte, o
cantor Miltinho gravou de sua autoria "Roda de Samba".
No ano de 1969, juntamente com outros integrantes do Cacique de Ramos, fundou o
conjunto "Os Autênticos", que gravou no mesmo ano um LP. Neste mesmo
ano o grupo Os Originais do Samba gravou de sua autoria "Rapaz do Violão".
Na década de 1970, participou do Grupo Nossa Gente, com qual gravou um LP. Em
1974, Elza Soares gravou "Pranto Livre", composta por Dida e Everaldo
da Viola e também a composição "Nos Braços do Samba" (c/ Neoci Dias). Ainda em 1974, ao lado de Nelson
Cavaquinho, Aparecida, Roque do Plá, Rubens da Mangueira e Sabrina, participou
do LP "Roda de Samba nº 2", no qual interpretou de sua autoria
"Chegou Quem Faltava Chegar", parceria com Nelson. Neste mesmo ano,
Elza Soares interpretou outra composição sua "Deus é viola", feita
com Neoci Dia.
No ano de 1977 a escola de samba Unidos de Vila Isabel desfilou com um
samba-enredo de sua autoria, "Ai Que Saudade Que Eu Tenho", em
parceria com Rodolpho de Souza e Gemeu, samba com o qual a escola conseguiu o
5º lugar no desfile. No ano de 1978, Beth Carvalho gravou a composição
"Vou Festejar", fruto da parceria com Jorge Aragão e Neoci Dias e no
ano seguinte, a cantora registrou outra música de sua autoria: "Senhora Rezadeira" feita com Dedé da Portela. Ainda no mesmo ano, Alcione interpretou
"Amantes da Noite" música de Dida com Dedé da Portela e
"Primeira Escola", este feita com Neoci Dias e Jorge Aragão.
Em 1980 Délcio Carvalho, gravou "Hora de Ser Criança", parceria com
Dedé da Portela e no ano seguinte, em 1981, Alcione, gravou ''A Volta da Gafieira"
outra parceria com Dedé da Portela. Em 1983, Beth Carvalho gravou "Suor no
Rosto" feita com Jorge Aragão e Nilton Barros, composição que deu nome ao
disco da cantora e no mesmo ano, Alcione interpretou "Questão de Fé",
música de sua autoria em parceria com Jorge Aragão.
No ano de 1986, foi a vez de Dominguinhos do Estácio gravar uma música sua
quando interpretou "Rala Coco, Sinhá", composição feita novamente com
Dedé da Portela em no ano seguinte, o grupo Exporta Samba gravou uma outra obra
da parceria de Dida com Dedé da Portela, "Chuva Boa".
Dida tem mais de 50 músicas gravadas por diversos intérpretes da MPB, como Elza
Soares, Beth Carvalho, Alcione Jair Rodrigues e Sonia Lemos, entre outros.
Vou Festejar
(Jorge Aragão / Dida / Neoci)
Chora! Não vou ligar! Não vou ligar!
Chegou a hora, vais me pagar
Pode chorar, pode chorar!
É, o teu castigo, brigou comigo sem ter por que
Eu vou festejar! Vou festejar
O teu sofrer, o teu penar.
Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão
Vila Isabel 1977
Ai Que Saudade Que Eu Tenho
(Dida / Rodolpho de Souza / Gemeu)
Ai que saudades que eu tenho da Lapa que simbolizou
A boêmia de ontem, que nem o tempo apagou
Do teatro de revistas, que na Tiradentes, muito tempo imperou
Ah, que saudade do cassino que mudou tanto destino (bis)
Ah, que saudade do cassino que mudou tanto destino (bis)
E o artista consagrou
Noel... És amor, és poesia, tua Vila, carnaval
Cantando nostalgia... La ra ra
Como era lindo, nos Carnavais
O pierrô, a colombina e os ranchos tradicionais
Da Praça Onze, que bom lembrar
Quando as escolas iam desfilar
Onde os sambistas iam batucar
Abre a roda meninada que o samba virou batucada (bis)
Ai, que saudade...
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