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7 de abril de 2012

Mussum... Forevis...

Bom hoje não é um dia em que normalmente costumamos postar, mas como marca a data de aniversário de um nome que admiramos demais e que com certeza marcou a vida de tanta gente, vale a pena registrar nossa homenagem. Bem, sentado numa mesa de bar juntamente com Tião Macalé, cantarolando um trecho de samba e batucando nas garrafas, tenta depois convencer o dono do bar a armar uma “pindureta” para a mesa, já cheia de “ampolas diuréticas” (garrafas de cerveja), sem sucesso, é claro. Essa é uma das doces e saudosas lembranças que me vem à mente toda vez que ouço ou vejo alguma referência às palavras “forevis”, “cacildis”... Saudades desse grande humorista brasileiro, mas principalmente sambista, tanto que manteve em destaque junto a seu personagem a aura malandra e espontânea tão remetida ao sambista em geral, mas de modo especial ao carioca dos morros. Antônio Carlos Bernardes Gomes ou simples e carismaticamente Mussum, apelido dado pelo amigo Grande Otelo em referência a um peixe sem escamas, liso e ligeiro como as “sacadas” do Kid Mumu, o atrapalhado boêmio dos morros cariocas que não perdia uma oportunidade de demonstrar sua habilidade no batuque de mesa e não recusava um gole de mé. 
Nascido no Rio de Janeiro, no dia 7 de abril de 1941, foi músico, humorista , ator e comediante brasileiro, sendo que como músico foi membro do grupo de samba Os Originais do Samba e como humorista, ator e comediante do grupo Os Trapalhões
Mussum teve origem humilde, nasceu no Morro da Cachoeirinha, no Lins de Vasconcelos, subúrbio do Rio de Janeiro. Estudou durante nove anos num colégio interno, onde obteve o diploma de ajustador mecânico. Na juventude, Antônio Carlos estreita sua relação com o samba por meio de sua escola de samba do coração, a Estação Primeira de Mangueira. Em depoimento ao documentário “Retratos Brasileiros”, feito em 1998 pelo Canal Brasil, Dedé, um dos colegas trapalhão afirma: “Ele fazia muitas coisas pela Mangueira. Chegou trocar o cachê porque eles precisavam de um consultório de dentista”. A Verde e Rosa era de fato uma enorme paixão e todos os anos sua figura pontificava durante os desfiles da escola, no meio da Ala de baianas, da qual era diretor de harmonia. Dessa paixão veio o apelido "Mumu da Mangueira" que também era um flamenguista fanático. 
Mussum, segundo se relata, era disciplinado, herança provavelmente adquirida nos oito anos em que serviu a Força Aérea Brasileira. Dedicou-se a tocar reco-reco, instrumento que tocava como ninguém, como destacou Alcione no referido documentário e na década de 1960, se juntou a outros músicos amigos, a maioria ritmista, formando o grupo Os Sete Modernos que posteriormente mudou para Os Originais do Samba. 
Em 1962, fizeram a primeira de suas excursões ao exterior passando sete meses no México como Los Siete Diablos de la Batucada. “Passamos é fueme mesmo! A gente falava é cueca-cuela, ensaladis”, revelou Mussum em uma entrevista a um programa chamado MPB Especial, da TV Cultura. 
Em 1968, aderem a sugestão de se apresentarem ao lado de Elis Regina na "I Bienal do Samba", interpretando "Lapinha", de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro e acabam vencendo o festival, sendo contratados pela gravadora RCA Victor. Algum tempo depois, tentando fixar o grupo em São Paulo, Mussum pede ajuda a Jair Rodrigues e iniciam uma série de shows. Desta época Jair Rodrigues lembra que se tornou grande amigo de todos os membros dos Originais, sempre se visitando com regularidade, inclusive, Mussum chegou a lhe botar até um apelido que era “Zé da Zona”, porque após os shows feitos em diversas cidades, eram costumeiras as esticadinhas, indo todos para a noitada. Como Mussum o chamava de Zé, ficou daí 'Zé da Zona'.
Muito carismático e sempre bem-humorado nos palcos e nos bastidores, Mussum chamou a atenção dos comediantes profissionais. Em 1969, participando do programa de Chico Anysio, é aconselhado pelo veterano colega a acrescentar as terminações "is" ou "évis" nas palavras, detalhe que acabou se tornando sua marca registrada. Ao assistir ao citado programa, outro humorista, Renato Aragão, enxerga em Mussum o tipo ideal para integrar um novo projeto que elabora para a antiga TV Excelsior e, convencido pelo amigo e comediante Dedé Santana, o sambista acaba concordando em participar do trio que logo migra para a TV Record e ganha o quarto integrante, Zacarias. 
Entretanto a música ainda era prioridade para Mussum, que se sentia muito mais um “tocador de reco-reco” do que humorista, mesmo considerado por muitos como o mais engraçado do grupo trapalhão. 
Nos anos de 1970 os Originais do Samba, lançam mais de dez álbuns e uma coletânea e mesmo com a popularidade nas alturas, Mussum não perde a humildade e simplicidade de Antônio Carlos, e continua sendo “mais um” dos seis integrantes d'Os Originas, cantando com vocais em uníssono, contudo no fim da década, o sucesso nos Trapalhões começa atrapalhar a trajetória no grupo que ajudou a formar e em 1979, após o lançamento do álbum Clima Total, o cantor e ritmista abandona o conjunto com quem gravou 12 LPs e ganhou três discos de ouro.
Porém, Mussum não se imaginava sem samba e começou a partir de então a etapa individual de sua carreira musical. Acompanhado por Almir Guineto, Wilson das Neves, José Briamonte e outros músicos consagrados, lança em 1980 seu primeiro LP. No segundo, lançado em 1983, é de se destacar a capa onde se vê elegantemente vestido com terno branco e gravata verde e rosa, em homenagem à escola de samba Mangueira, Antônio Carlos cumprimentando seu alter ego, Mussum. Três anos depois, Mussum registra seu último álbum individual, o qual conta com participação de Arlindo Cruz e que traz duas composições autorais, incluindo a faixa de abertura feita em parceria com João Nogueira. 
Sabendo das dificuldades de manter a carreira-solo, Mussum chegou a propor a Jorge Aragão formar um conjunto para tocar sem compromisso, apenas entre amigos. Convite que foi aceito, porém nunca concretizado. Pouco depois, Mussum começou a apresentar problemas de saúde e em 29 de julho de 1994, aos 53 anos de idade, morreu em virtude de complicações após um transplante de coração. 
Mussum foi considerado por muitos o mais engraçado dos Trapalhões e no programa, popularizou o seu modo particular de falar e pelo seu inseparável "mé", já que o personagem que vivia tinha como característica principal o consumo constante de bebidas alcoólicas, em especial a cachaça. 
Numa época em que ainda não havia esse patrulhamento "politicamente correto", Mussum se celebrizou por expressões onde satirizava sua condição de negro, tais como "negão é o teu passádis" e "quero morrer prêtis se eu estiver mentindo", além de recorrentes piadas sobre bebidas alcoólicas. Também criou outras frases hilariantes, que se popularizaram rapidamente, como "eu vou me pirulitazis (pirulitar)", quando fugia de uma situação perigosa, ou "traz mais uma ampola", pedindo cerveja, ou "casa, comida, três milhão por mês, fora o bafo!", passando uma cantada em uma mulher bonita, ou ainda "faz uma pindureta", pedindo fiado. Seu personagem sempre brincava com os outros membros do grupo, inclusive inventando apelidos divertidos como "cardeal", "jabá" ou "mineirinho de Sete Lagoas" e também era alvo de gozações por parte dos demais membros do grupo, recebendo apelidos como "cromado", "azulão", "grande pássaro" entre outros, sempre ficando evidente, entretanto, que as brincadeiras e gozações eram feitas num ambiente de amizade entre os quatro. 
Bons tempos...

Água Benta
(Ratinho / Sombrinha) 

Eu peguei, eu peguei para beber 
A água benta que faz a gente esquecer
 
Eu já vinha bem cansado, quando alguém me avisou 
No final daquela estrada tem água que cura desamor 
Lavei minha alma, refresquei meu coração 
E aprendi que tendo calma nunca vou sofrer desilusão
 
Eu peguei, eu peguei para beber 
A água benta que faz a gente esquecer
 
Agradeço a vós, que me deu a indicação 
Hoje eu tenho meu corpo fechado e purificado de amor e paixão 
Se não fosse a água, que curou a mágoa do meu coração 
Minha vida era tristeza e eu morreria de tanta paixão
 
Eu peguei, eu peguei para beber 
A água benta que faz a gente esquecer 


Esperanças Perdidas 
(Délcio Carvalho / Adeílton Alves de Souza) 

Quantas belezas deixadas nos cantos da vida
Que ninguém quer e nem mesmo procura encontrar
E quando os sonhos se tornam esperanças perdidas
Que alguém deixou morrer sem nem mesmo tentar
E a beleza encontro no samba que faço
Minhas tristezas se tornam um alegre cantar
É que carrego o samba bem dentro do peito
Sem a cadência do samba não posso ficar 

Não posso ficar, eu juro que não
Não posso ficar eu tenho razão
Já fui batizado na roda de bamba
O samba é a corda e eu sou a caçamba 

Quantas noites de tristeza ele me consola
Tenho como testemunha minha viola
Ai!Se me faltar o samba não sei o que será
Sem a cadência do samba não posso ficar!

Não posso ficar, eu juro que não
Não posso ficar eu tenho razão
Já fui batizado na roda de bamba
O samba é a corda e eu sou a caçamba 


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Bragança Paulista, SP
A Ala de Compositores da Faculdade do Samba Dragão Imperial possui cerca de 40 membros, dos quais grande parte todos os anos escrevem e participam do concurso da escolha do samba enredo da Azul e Rosa. Os Poetas Imperiais, como também são denominados, realizam rodas de samba semanais nas quais relembram sambas de diversos ícones desse ritmo brasileiro, com um tempêro todo seu na "quase famosa" Panela Imperial, que inclusive já se apresentou em algumas cidades, como Serra Negra, além da sua Bragança Paulista. Esse blog é um veículo para a divulgação das atividades da Ala, de dados culturais relativos ao samba, além de ser um espaço para que nossos compositores divulguem suas letras, os áudios de seus sambas, postem fotos de eventos realizados e muito mais...

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