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27 de abril de 2012

Parabéns à Estação Primeira de Mangueira!

Amanhã é o dia do aniversário de fundação de um dos maiores patrimônios do samba e do carnaval brasileiro, a famosa e querida verde e rosa carioca, Estação Primeira de Mangueira!
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira é uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro e uma das mais populares do mundo. Fundada no Morro da Mangueira, próximo à região do Maracanã por Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, entre outros, tendo sua quadra sediada atualmente na Rua Visconde de Niterói, no bairro do mesmo nome.
A Mangueira é considerada a escola que criou a ala de compositores e a primeira a manter, desde a sua fundação, uma única marcação do surdo de primeira na sua bateria. No símbolo da escola, o surdo representa o samba; os louros, as vitórias; a coroa, o bairro imperial de São Cristóvão; e as estrelas, os títulos. Campeã do Grupo Especial do carnaval carioca em 1932, 1933, 1934, 1940, 1949, 1950, 1954, 1960, 1961, 1967, 1968, 1973, 1984, 1986, 1987, 1998 e 2002, tendo ganhado ainda um supercampeonato, exclusivo, oferecido no ano de 1984, na inauguração do Sambódromo.
Segundo depoimentos de alguns componentes da escola, a fundação ocorreu no dia 28 de abril de 1928, mas Sérgio Cabral, jornalista e pesquisador da música popular brasileira, afirma, baseado em documentos, que a data correta seria 28 de abril de 1929. De qualquer forma, a reunião que gerou a fundação da escola se deu na casa de Joana Velho, esposa de Seu Euclides, também presidente, pai de João Cocada. Além desses, estavam também presentes Saturnino Gonçalves, o pai de Dona Neuma; Saint Clair, marido de Aurora, filha de Seu Euclides; Marcelino José Claudino, o velho Mansur; Pedro Paquetá; Abelardo Clemente, o Abelardo da Bolinha; Ismar; Cartola e Zé Espinguela. A Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira foi fundada a partir da união dos blocos da região: Bloco dos Arengueiros, Bloco da Tia Tomásia, Bloco da Tia Fé, Bloco do Senhor Júlio, Bloco do Mestre Galdino e, ainda, Rancho Príncipe das Florestas. Juvenal Lopes, um dos fundadores da escola, afirmou que o nome Estação Primeira de Mangueira deve-se ao samba de Cartola, intitulado "Chega de Demanda", sendo que a expressão Estação Primeira foi adotada por ser a Mangueira, na época, a primeira estação de parada, com samba, após a partida do trem da Central do Brasil. Outros acreditam que o nome da escola é oriundo da quantidade de mangueiras existentes no morro, naquela época. Foi de Cartola a sugestão das cores que, hoje, fazem parte da bandeira da escola. Quando perguntado sobre o porquê das cores, verde e rosa, tendo em vista que não combinavam e que, portanto, a bandeira não ficaria tão bonita, Cartola explicou: "Existe combinação tão bonita quanto a de um caule verde com uma rosa na ponta?" O próprio Cartola, mais tarde, disse que se inspirou, também, em um rancho existente em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Em 20 de janeiro de 1929, Zé Espinguela organizou o primeiro concurso de escolas de samba. As escolas Mangueira, Portela e Estácio, que ainda não se chamavam assim, foram as concorrentes da disputa realizada no Buraco Quente, uma das favelas que pertencem ao complexo da Mangueira, no próprio morro da Mangueira. Espinguela, único membro do júri, deu a vitória à Portela, com o samba "Não Adianta Chorar", de Heitor dos Prazeres. Em 1931, a escola desfilou na Praça Onze com o enredo "Jardim da Mangueira", mas o desfile não é considerado oficial, pois não houve concurso naquele ano.
No primeiro desfile oficial das escolas de samba, em 1932, a Mangueira foi campeã com o samba "A Floresta", de Cartola e Carlos Cachaça e no ano seguinte, com "Uma Segunda-Feira do Bonfim na Ribeira", novamente de autoria de Carlos Cachaça e Cartola, a escola voltou a ser campeã. Em 28 de janeiro de 1934, no desfile extra-oficial, realizado no Campo de Santana, centro do Rio de Janeiro, a escola desfilou com o enredo "A República da Orgia", nova parceira de Cartola e Carlos Cachaça. No desfile do carnaval daquele mesmo ano, voltou a se apresentar, desta vez com o samba-enredo "Homenagem", novamente de Carlos Cachaça e Cartola, tornando-se tricampeã. Em 1937 a escola não desfilou porque um delegado mandou desligar a luz e retirar o cordão de isolamento na apresentação da 16ª escola. Neste carnaval, também não se classificaram as escolas Prazer da Serrinha e Unidos de Lucas, que estavam entre as 32 inscritas. No ano de 1938, não houve concurso porque chuvas fortes impediram a chegada da comissão julgadora. A Mangueira voltou a ser campeã em 1940, com "Prantos, Pretos e Poetas", da mesma dupla. Com sambas dos dois parceiros, "Ciência e Arte" e "Plano Salte", respectivamente, a Mangueira venceu, em 1949 e 1950, o desfile da União das Escolas de Samba.
Em 1956, Carlos Cachaça e Cartola, fundadores da Ala dos Compositores, abandonaram a escola, insatisfeitos com a concorrência de Nelson Sargento e Alfredo Português. Nessa época, Hélio Turco entrou para a Ala dos Compositores e com sambas-enredo de sua autoria, a Mangueira desfilou 12 vezes, sendo campeã cinco vezes: "Carnaval de Todos os Tempos", em parceria com Pelado e Cícero em 1960; "Recordações do Rio Antigo", de Hélio Turco, Pelado e Cícero em 1961; "O Mundo Encantado de Monteiro Lobato", de Hélio Turco, Darcy da Mangueira, Batista, Jurandir da Mangueira e Dico em 1967; "Samba, Festa de um Povo", de Hélio Turco, Darcy da Mangueira, Batista e Dico em 1968.
No ano de 1984, no desfile que inaugurou o Sambódromo, a escola sagrou-se novamente campeã com o samba-enredo "Yes, Nós Temos Braguinha", de autoria de Jurandir da Mangueira, Comprido, Arroz e Jajá. Esse ano de inauguração protagonizou um dos momentos mais marcantes da história do carnaval carioca, o já citado super campeonato. Após desfilar, a escola retornou pela Sapucaí, sendo aclamada pelo público. Naquele ano, o primeiro onde houve dois dias de desfile para as escolas de samba, o grupo especial divisão acabou sendo dividido em dois grupos, sendo cada um, um concurso diferente. Mangueira e Portela, duas das escolas mais tradicionais, venceram, uma o desfile de domingo, e outra o de segunda-feira. Um novo concurso foi realizado no sábado seguinte ao carnaval, entre as melhores escolas de cada dia de desfile, além das melhores do grupo de acesso também. Por fim, a Mangueira, num belíssimo desfile, sagrou-se "supercampeã".
Outro samba de autoria de Hélio Turco foi o do carnaval de 1988: "Cem Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão" (c/ Jurandir da Mangueira e Alvinho), puxado por Jamelão, quando a Mangueira ficou em segundo lugar. A escola venceu ainda em 1973, com "Lendas do Abaeté" (de Jajá, Preto Rico e Manuel); em 1986, com "Caymmi Mostra ao Mundo o Que a Bahia e a Mangueira Têm" (de Ivo, Paulinho e Lula); em 1987, com "Reino das Palavras - Carlos Drummond de Andrade" (de Rodi, Verinha e Bira do Ponto), e dividiu o campeonato de 1998 com a Beija-Flor, por ocasião do enredo "Chico Buarque de Mangueira".
A Verde-Rosa se apresentou para a rainha Elizabeth da Inglaterra, na Embaixada Inglesa, em 1968 e orgulha-se de ser a primeira campeã da história dos desfiles. Foi pioneira na criação de uma ala de compositores, na utilização de carros alegóricos (em 1948) e na fundação de uma bateria mirim, em 1965. Também foi a primeira a utilizar o pandeiro oitavado e a manter, até hoje, uma única marcação, introduzida por Lúcio Pato, que tocava o surdo de primeira, sem obter resposta de outro surdo (comum em outras escolas), o que caracteriza a tal marcação peculiar da escola.
Entre as grandes personalidades da escola, estão: Mocinha da Mangueira (Porta-Estandarte), Dona Zica, Dona Neuma, Cartola, Seu Euclides, Saturnino, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Alcione, Carlos Cachaça, Leci Brandão, Elmo José dos Santos, Carlinhos de Jesus, entre outros não menos importantes, sendo que uma das figuras mais emblemáticas da Mangueira foi o sambista Jamelão, que foi seu intérprete oficial de 1949 até 2006, e que se tornou uma verdadeira autarquia do samba carioca, com seu jeito mal-humorado e sua voz potente - o maior intérprete de Samba-Enredo de todos os tempos.
Em uma pesquisa feita pelo Ibope, certo tempo atrás, a escola foi apontada como a segunda escola de samba mais querida no Estado do Rio de Janeiro, vindo após a Beija Flor, tendo a Mocidade de Padre Miguel em terceiro e a Portela em quarto.
Com este singelo registro, baseado em dados obtidos no Dicionário Cravo Albin da MPB, na Wikipédia e no site da escola, prestamos nossa humilde homenagem ao aniversário de fundação da nossa querida Mangueira!

 Exaltação à Mangueira
(Enéas Brites da Silva / Aloísio Augusto Da Costa )

Mangueira teu cenário é uma beleza que a natureza criou, ô, ô
O morro com seus barracões de zinco, quando amanhece que esplendor
Todo mundo te conhece ao longe pelo som dos teus tamborins e o rufar do seu tambor!

Chegou, ô, ô, ô, ô... A Mangueira chegou, ô, ô...

Mangueira teu passado de glórias está gravado na história
É verde e rosa a cor da tua bandeira
Pra mostrar a essa gente que o samba é lá em Mangueira!

Chega de Demanda
(Cartola)

Chega de demanda, chega
Com este time temos que ganhar
Somos da estacão primeira
Salve o morro de Mangueira

Folhas Secas
(Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)

Quando eu piso em folhas secas caídas de uma mangueira
Penso na minha escola e nos poetas da minha estação primeira
Não sei quantas vezes subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando e assim vou me acabando.

Quando o tempo avisar que não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade ao lado do meu violão da minha mocidade

Sempre Mangueira
(Nelson Cavaquinho / Geraldo Queiroz)

Mangueira é celeiro de bambas como eu
Portela também teve o Paulo que morreu
Mas o sambista vive eternamente no coração da gente
Mas o sambista vive eternamente no coração da gente

Os versos de Mangueira são modestos
Mas há sempre força de expressão
Nossos barracos são castelos em nossa imaginação
Ôh, ôh, ôh, ôh! Foi Mangueira quem chegou
Ôh, ôh, ôh, ôh! Foi Mangueira quem chegou

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Bragança Paulista, SP
A Ala de Compositores da Faculdade do Samba Dragão Imperial possui cerca de 40 membros, dos quais grande parte todos os anos escrevem e participam do concurso da escolha do samba enredo da Azul e Rosa. Os Poetas Imperiais, como também são denominados, realizam rodas de samba semanais nas quais relembram sambas de diversos ícones desse ritmo brasileiro, com um tempêro todo seu na "quase famosa" Panela Imperial, que inclusive já se apresentou em algumas cidades, como Serra Negra, além da sua Bragança Paulista. Esse blog é um veículo para a divulgação das atividades da Ala, de dados culturais relativos ao samba, além de ser um espaço para que nossos compositores divulguem suas letras, os áudios de seus sambas, postem fotos de eventos realizados e muito mais...

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