Completa hoje 66 anos de vida o excelente violonista, compositor e cantor Nílton Barros, a quem com este pequeno registro gostaríamos de homenagear nesta passagem de anos.
Nílton de Barros Júnior nasceu no dia 15 de junho de 1.946 na cidade do Rio de Janeiro, filho de uma família de músicos populares demonstrou desde tenra idade uma vocação irresistível para a Música. Sua iniciação ao violão, propriamente dito, deu-se a partir da adolescência. Após prestar o serviço militar obrigatório na Brigada Pára-quedista, apresentou-se ao lado de nomes consagrados tais como Carlos José, Sílvio César, e outros, no programa "Clube das Garotas", na TV Excelsior. Nos anos setenta aprofundou seus conhecimentos musicais, estudando com renomados professores, no Museu da Imagem e do Som e no Instituto Villa Lobos, onde foi admitido por concurso. Particularmente, estudou também com Jaime Florence (o popular Meira, da dupla com Dino Sete Cordas, autor de "hinos", como "Mulambo", "Aperto de Mão" entre outros sucessos e Mestre de Baden Powell), estudou ainda com o Professor Bandeirante, que foi nada mais que o introdutor do ensino sistemático de "cifras" no Brasil, tendo estudado ainda com a maestrina Célia Vaz. No campo da música clássica estudou com Léo Soares e Nélio Rodrigues. Coronel reformado do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, chegou a exercer o cargo de Chefe da Defesa Civil do Município do Rio de Janeiro. Na década de 1960 atuava como violonista acompanhando diversos sambistas nas rodas de samba no Teatro Opinião, entre os quais Moreira da Silva, Cartola, Nelson Cavaquinho, Candeia, Reginaldo Bessa e Elizeth Cardoso.
Foi gravado pela primeira vez em 1976, quando Sonia Lemos interpretou sua música "Chorinho Meu", composta com Kiko Carvalho, no LP "Pérola de Agonitá". Em seguida, a cantora Celeste, no LP "Laço de Cobra", de 1979, interpretou de sua autoria a faixa-título "Laço de Cobra". Em 1980 Délcio Carvalho, no LP "Canto de Um Povo", gravou de sua autoria "Testemunha de Um Povo". Já no ano de 1981, Alcione gravou "Sem Perdão" (Nilton Barros, Sereno e Jorge Aragão). Dois anos depois, no LP "Almas e Corações", a cantora interpretou "Amor Em Tom Menor" (c/ Alcione). Neste mesmo ano de 1983, Beth Carvalho gravou de sua autoria em parceria com Dida e Jorge Aragão "Suor No Rosto", faixa que deu nome ao disco da cantora.
Em 1984 sua composição "Na Mesma Proporção", em parceria com Jorge Aragão, foi incluída no disco "Da Cor do Brasil", de Alcione. Neste mesmo ano, Ney Matogrosso interpretou no LP "Bugre", outra música de sua autoria "História do Brasil" (c/ Jorge Aragão).
Em 1988 Beth Carvalho regravou "Suor No Rosto" em seu disco "Toque de Malícia". Neste mesmo ano, atuou como violonista e também cantor no show "Verão Brasil", juntamente com Sônia Santos e Tom da Bahia, excursionando por vários países como Espanha e outros da África do Norte. Em 1989, ainda com este mesmo espetáculo, fez turnê pela Venezuela e Angola. O show, criado e dirigido por Ricardo Cravo Albin, foi encomendado pelo Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores.
No ano de 2010 apresentou-se em casas noturnas da capital francesa, mostrando músicas, em francês, de sua autoria. Em 2011 finalizou o CD "Karma", no qual contou com as participações especiais de Jorge Aragão e Zeca Pagodinho, com arranjos do maestro Ivan Paulo, acompanhado pelos músicos Fernando Merlino, Dirceu Leite, Alceu Maia, Carlinhos Sete Cordas, Téo Lima, Zeca do Trombone, entre outros. Do disco destacam-se a faixa-título e a composição "Yoga", que gerou o seu primeiro clipe, tendo como cenário as cidades de Paris, Étretat, Milão e Veneza, com produção e participação do seu filho, Pedro Perestrello. Neste mesmo ano foi o convidado especial da roda de samba "Terapia Popular", comandada pelo cantor e compositor Roberto Serrão no bar Salsa & Cebolinha, na Lapa, centro boêmio do Rio de Janeiro. Entre suas composições gravadas destacam-se "Laço de Cobra", por Alcione; "Sem Perdão" (c/ Jorge Aragão e Sereno), por Alcione; "Suor No Rosto" (c/ Neoci e Jorge Aragão) por Beth Carvalho; "Alegria, Carnaval" (c/ Jorge Aragão) por Ney Matogrosso; "Estranho" por Emílio Santiago; "Resistência Popular" (c/ Sombrinha e Sereno) pelo Grupo Fundo de Quintal e ainda "Renascer", parceria com Jorge Aragão e Jorge Simas, gravada pelo grupo MPB-4.
Na Mesma Proporção
(Nilton Barros / Jorge Aragão)
O amor...
Quem sabe um dia ainda volte a correr nas minhas veias
Quem sabe queira envolver-me outra vez nas suas teias
Quem sabe venha me fazer feliz ou venha pra sangrar
O certo é que já não virá mais de você
O amor que eu terei não será mais pra você
Amar é dar é receber e se envolver com a vida,
Mas você não sabe e nunca vai saber.
Quando eu sem refletir logo te abri meu coração
Você fechou o seu na mesma proporção
Por isso resolvi deixar você em paz,
Porque vi que mereço muito mais
Perdoe a presunção, mas sei que muito tenho a dar
Amor é emoção que não se pode sufocar
Por isso declarei o amor,
Quem sabe um dia virá de vez pra minha companhia
E hei de me envolver de novo em outras teias
Enquanto sangue houver nas minhas veias
Sem Perdão
(Nilton Barros / Jorge Aragão / Sereno)
Se pensa que é chegar, ver e vencer
Pode parar que já não quero nem lhe ver
Quando eu sofri, quase morri você sorriu.
Tanta maldade na verdade me feriu
Já me enrolei na sua linha igual pião
Hoje é você quem vai rodar na minha mão
Então vou ver por fim você chorar por mim
Foi um crime sem perdão magoar meu coração.
tive a honra de conhecer o Mestre Nilton Barros em Paris e o vi tocar também.
ResponderExcluirSem palavras...