POETAS IMPERIAIS, SEMPRE NA BOCA DO POVO!



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20 de junho de 2013

Força, Beth Carvalho!

Foi com imensa alegria que lemos hoje a notícia de que Beth Carvalho apresentou melhora e já se encontra reunindo condições para deixar a UTI do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, devendo ir para o quarto ainda nesta semana. Para quem não tem conhecimento, a sambista segue internada há cerca de dez meses e passa por um processo de recuperação, pois se submeteu à algumas cirurgias na coluna e tratamentos diversos.
Embora ainda não haja previsão para alta de Beth Carvalho, essa notícia animadora é capaz de despertar a sensação de euforia para todos os que admiram e torcem por essa fantástica cantora e mágica madrinha, possuidora de um verdadeiro toque de Midas na benção a seus afilhados no samba, ajudando a revelar ou alavancar nomes como: Luiz Carlos da Vila, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Wilson das Neves, Almir Guineto, Arlindo Cruz, os grupos Fundo de Quintal e Quinteto em Branco e Preto, dentre outros tantos.
Já que, como disse Candeia, um bom samba é forma de oração, deixamos aqui registrada uma pequena homenagem para a Madrinha do Samba, juntamente com duas de suas interpretações mais apreciadas pelos integrantes de nossa Ala de Compositores, torcendo muito por sua pronta recuperação, para que ela volte a nos brindar com seu forte canto no universo do nosso querido Samba.

Oh doce madrinha, de um toque de Midas
Que enobrece o samba de linda maneira.
Teu canto tão raro, seguirá encantado
E tão apaixonado, como és, por Mangueira.
Que Deus te conceda ainda muita saúde
E que o som do batuque acompanhe sua voz
Em suas andanças, em rodas de samba
Alegrando o sambista que há em todos nós."(LCG)



Água de Chuva No Mar

(Wanderley Monteiro / Carlos Caetano / Gerson Gomes)

O meu coração, hoje tem paz

Decepção, ficou pra trás
Eu encontrei, um grande amor
Felicidade enfim chegou
Como o brilho do luar
Em sintonia com o mar
Nessa viagem de esplendor
Meu sonho se realizou
A gente se fala no olhar..... no olhar!
É água de chuva no mar..... no mar!
Caminha pro mesmo lugar
Sem pressa sem medo de errar
É tão bonito..... é tão bonito o nosso amor
A gente tem tanto querer.......que...rer!
Faz até a terra tremer.......tre...mer!
A luz que reluz meu viver
O sol do meu amanhecer é você


A Comunidade Chora
(Magnu Sousá/ Maurílio de Oliveira / Edvaldo Galdino)

Quando a vela acender
Eu vou cantar meu samba até prevalecer
A luz que ilumina o compositor
Que tem a luz nos olhos seus
Eu rezo pra essa chama tão crepuscular
Durar mais um minuto nessa hora
Ah! porque senão a comunidade chora

Chora... chora, a comunidade chora, a comunidade chora

Quando a vela se apagar e o samba terminar
Saudade não me deixa ir embora
Meu peito vazio implora que uma luz me ilumine agora
Chora... chora, a comunidade chora, a comunidade chora
Chora porque a vela se apagou
Porque o samba terminou
Chora... chora, a comunidade chora...

19 de junho de 2013

Chico Buarque!



"O meu sonho voa alto
Que de tão alto quase toca o infinito,
mas de repente, me traz de volta a realidade ,
essa verdade que não me traz nada de bonito.

Queria tanto ser um Chico, uma pena... 
Acho que só dá pra ser Francisco..." (LCG)


Bem, Minha Gente! No ano passado, nesta mesma data, falamos do grande Gracia do Salgueiro, em citação a passagem de seu aniversário, entretanto, sem deixarmos de esquecer que nesta data também aniversaria uma da figuras mais importantes da música popular brasileira, um verdadeiro gênio da composição, além de excelente músico, dramaturgo e escritor brasileiro, a quem hoje rendemos tributos : O Grande Chico Buarque!
Falar de Chico é fácil, ao mesmo tempo que difícil... Simples só que de um jeito complicado... Tanto faz, já que são tantas as suas faces musicais e seu conteúdo propagador, mas que com certeza é facilmente detectável na percepção de quem quer que seja, afinal, o Brasil todo já ouviu Chico!
Desta forma, apenas como uma simples homenagem, citamos a introdução de uma de suas biografias, como uma forma de contribuir, mesmo que de forma singela, na comemoração de seus sessenta e nove anos de vida e música.
Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido por Chico Buarque, nasceu no Rio de Janeiro no dia 19 de junho de 1944. É conhecido por ser um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB), sendo que sua discografia é extremamente extensa, contendo entre eles com discos-solo, em parceira com outros músicos e compactos.
Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda, escreveu seu primeiro conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, tendo vencido o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda. Socialista declarado, autoexilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão da regime militar do Brasil, nos chamados "anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país. Na carreira literária, foi vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010.
Foi casado por 33 anos com a atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas, Sílvia Buarque, Helena e Luísa. Chico é irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina, mas, ao contrário da crença popular, Aurélio Buarque era apenas um primo distante do pai de Chico.
A esse monumental personagem da música popular brasileira, registramos assim nosso humilde: PARABÉNS!

Feijoada Completa
(Chico Buarque)


Mulher, você vai gostar:
Tô levando uns amigos pra conversar.
Eles vão com uma fome
Que nem me contem;
Eles vão com uma sede de anteontem.
Salta a cerveja estupidamente
Gelada pr'um batalhão
E vamos botar água no feijão.

Mulher, não vá se afobar;
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar.
Ponha os pratos no chão e o chão tá posto
E prepare as lingüiças pro tiragosto.
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão.

Mulher, você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar:
Arroz branco, farofa e a malagueta;
A laranja-bahia ou da seleta.
Joga o paio, carne seca,
Toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão.

Mulher, depois de salgar
Faça um bom refogado,
Que é pra engrossar.
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira.
Diz que tá dura, pendura
A fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão.

     
Vai Passar
(Chico Buarque / Francis Hime)

Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar 
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)

Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar

18 de junho de 2013

Paulo da Portela.



Bem, depois um longo e tenebroso inverno, retornamos próximo ao inverno desse ano, para retomar nossos passos e colaborar com nossa pequena parcela na divulgação e propagação do nosso querido samba.
Para recomeçar nossos registros, repetimos a citação ao grande Paulo da Portela, figura importantíssima na história do samba brasileiro, que hoje completaria 112 anos de vida.
Paulo da Portela ou Paulo Benjamin de Oliveira, como foi registrado, tem sua história confundida com o surgimento e a fixação do próprio samba na cidade do Rio de Janeiro. De origem negra e proletária, vivendo no subúrbio carioca de Oswaldo Cruz, logo percebeu a importância desse gênero musical e a possibilidade de organização e valorização de sua gente a partir do samba, tendo sido capaz de interferir positivamente e contribuir para que o samba, da forma como era cultivado nos morros, se popularizasse.
Nascido em 18 de junho de 1901, só teve a instrução primária e trabalhou desde cedo para ajudar a família que mudou-se para Oswaldo Cruz no início dos anos 20. O subúrbio de então era comparado a uma roça, sem estrutura apropriada para abrigar a população de baixa renda. Porém, os pobres se divertiam em fandangos e em animados pagodes. Como muitos moradores vinham do Estado do Rio ou de Minas Gerais, cultivava-se o Jongo e o Caxambu.
Aos 20 anos de idade, Paulo já era conhecido por suas boas maneiras e jeito elegante em se vestir, apesar dos poucos recursos. Frequentador assíduo de festas, ajudava em suas organizações tendo fundado o primeiro bloco de Oswaldo Cruz: o Ouro Sobre Azul.
Em 1922, ao lado dos companheiros Antônio Rufino dos Reis e Antônio da Silva Caetano, Paulo fundou o bloco Baianinhas de Oswaldo Cruz. Vem dessa época o nome artístico Paulo da Portela (referência à Estrada do Portela), que servia para diferenciá-lo de outro Paulo, também sambista, de Bento Ribeiro.
Os três companheiros passaram a se reunir sob uma mangueira no número 461 da estrada do Portela, visando uma atividade sócio-cultural que reunisse os amigos. Foi um sucesso e virou uma referência de samba no bairro.
No dia 11 de abril do ano de 1926, fundou-se o Conjunto Carnavalesco Escola de Samba de Oswaldo Cruz. Antes de estabelecer-se na Estrada do Portela, a futura agremiação teve muitas sedes provisórias. A mais curiosa foi um vagão do trem que partia pela manhã da Central do Brasil em direção ao subúrbio, onde os sambistas se reuniam diariamente para passar o samba. Um grupo saía de Oswaldo Cruz para encontrá-los pontualmente na Central do Brasil e dar início à atividade. Aos domingos, todos conheciam os sambas ensaiados durante a semana. Conta-se que Paulo advertia quem se comportava mal e dava bom exemplo usando terno, gravata e chapéu, sendo seguido por alguns companheiros. "Seu" Paulo, como fazia questão de ser chamado, gostava de ver todos com "pés e pescoços ocupados". Paulo da Portela tinha consciência de que a atividade artística que produziam era rica e poderia tornar-se profissional, daí a preocupação em diferenciar a imagem do sambista do malandro vadio perseguido pela polícia. Paulo era conhecido por "professor" e é assim que muitos sambistas, ainda hoje, se referem a ele.
A Portela apresentou-se pela primeira vez com o nome "Quem Nos Faz É O Capricho", no carnaval de 1930. A partir de 1931, desfilou com o nome de "Vai Como Pode". A partir do dia 1 de março de 1935, a escola assumiu o nome G.R.E.S. Portela, a pedido de um delegado de polícia que não gostava do antigo nome.
Inúmeros depoimentos dão testemunho da criatividade, inteligência e liderança de Paulo da Portela, de fato um verdadeiro professor que, apesar do baixo nível de escolaridade, lia muito e expressava-se muito bem, capaz de memoráveis discursos improvisados. Seus sambas cantam o próprio samba e o jeito simples da vida suburbana, cantam o amor da forma mais singela e terna, exaltam a mulher e a cidade que o conheceu e o aplaudiu. Paulo da Portela foi um sambista, mas também um cronista de sua gente simples que tanto soube valorizar.
Paulo afastou-se de sua escola querida em 1941 após desentendimento em pleno desfile, saindo magoado como revelam os versos de O Meu Nome Já Caiu No Esquecimento.
Paulo faleceu em 31 de janeiro de 1949, vítima de um ataque cardíaco. Seu cortejo fúnebre foi acompanhado por cerca de 15.000 pessoas. O comércio de Madureira fechou na véspera de mais um carnaval para chorar de saudade por seu poeta e professor.Paulo saiu da Portela e levou seu carisma para a Lira do Amor, pequena escola que o recebeu de braços abertos. Poderia ter ido para o Estácio ou a Mangueira, onde tinha companheiros como o compositor Cartola, mas já era muito conhecido e foi emprestar seu nome e sua imagem a Lira do Amor, escola de Bento Ribeiro.


O Meu Nome Já Caiu No Esquecimento

(Paulo da Portela)

O meu nome já caiu no esquecimento
O meu nome não interessa a mais ninguém
E o tempo foi passando, e a velhice vem chegando
Já me olham com desdém
Ai quantas saudades
De um passado que se vai no além
Chora, cavaquinho, chora
Chora, violão, também
O Paulo no esquecimento
Não interessa a mais ninguém
Chora, Portela! Minha Portela querida!
Eu que te fundei, serás minha toda vida.

Deus Te Ouça
(Paulo da Portela / Cartola)

Me contrariei (Por que razão?)... Só eu mesmo sei (Diga então)
Eu que sempre fui leal a quem só me quis o mal
Devo ser feliz (Tu serás)... O bem que eu fiz (Ninguém faz)
Confiança em Deus rapaz, nas mãos do Mestre, o Bem terás.
Confiança em Deus rapaz, nas mãos do Mestre, o Bem terás.
Apesar de ser tão pobre tive um coração tão nobre
Ai meu Deus, tenha fé,
Quem tem fé não cansa, nunca perde a esperança
Ai meu Deus, tenha fé.
Quem tem fé não cansa, nunca perde a esperança

Quem somos.

Minha foto
Bragança Paulista, SP
A Ala de Compositores da Faculdade do Samba Dragão Imperial possui cerca de 40 membros, dos quais grande parte todos os anos escrevem e participam do concurso da escolha do samba enredo da Azul e Rosa. Os Poetas Imperiais, como também são denominados, realizam rodas de samba semanais nas quais relembram sambas de diversos ícones desse ritmo brasileiro, com um tempêro todo seu na "quase famosa" Panela Imperial, que inclusive já se apresentou em algumas cidades, como Serra Negra, além da sua Bragança Paulista. Esse blog é um veículo para a divulgação das atividades da Ala, de dados culturais relativos ao samba, além de ser um espaço para que nossos compositores divulguem suas letras, os áudios de seus sambas, postem fotos de eventos realizados e muito mais...

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