POETAS IMPERIAIS, SEMPRE NA BOCA DO POVO!



Click here for Myspace Layouts

29 de junho de 2012

Neguinho da Beija-Flor.

Hoje aniversaria o grande cantor e compositor Luís Antonio Feliciano Marcondes ou, para o grande público, Neguinho da Beija-Flor.
Neguinho nasceu no dia 29/ de junho de 1.949 na cidade do Rio de Janeiro. Cantor, compositor, percussionista e pistonista, filho do maestro e trompetista Benedito Feliciano Marcondes, que trabalhou com a Orquestra Tabajara, seu irmão, Édson Feliciano Marcondes (Nego do Salgueiro), também é compositor e cantor.
Nasceu no bairro de Vila Isabel, na maternidade Casa da Mãe Pobre. Logo depois, a família transferiu-se para Nova Iguaçu e, posteriormente, para Nilópolis, onde passou a infância. Aos 10 anos de idade, cantando um samba de Jamelão no concurso promovido em parque de diversões, ganhou seu primeiro prêmio, uma lata de goiabada.
Em 1970, estreou como puxador de samba no Bloco Carnavalesco Leão de Nova Iguaçu.
No ano de 1975 tornou-se o puxador oficial de samba-enredo da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis. Na escola, com sua voz potente, criou o bordão "Olha a Beija-Flor aí, gente!". No ano seguinte, ganhou o primeiro título com o samba-enredo "Sonhar Com Rei Dá Leão", de sua autoria.
Em 1977, participou da coletânea "A Fina Flor do Partido-Alto". Em 1979 gravou um compacto simples contendo as músicas “Meu Rio de Janeiro” e “O Campeão”, aliás, essa música tornou-se seu maior sucesso, sendo tocada em todos os estádios de futebol do país, unificando todas as torcidas, que sempre modificam uma parte da letra: "Domingo eu vou ao Maracanã, vou torcer pelo time que sou fã...". No ano posterior, lançou o primeiro LP individual, "Vida No Peito", no qual interpretou "Pivete" (Jorginho Saberás e Beto Sem Braço), "Clemência" (Jacyr da Portela, Luiz Carlos e Agenor), "Sentença amenizada" (Beto Sem Braço e Jorginho Saberás), incluindo ainda diversas composições de sua autoria como: "Lágrima do Coração" (c/ Dedé da Portela), "Nego Preguiçoso" (c/ Almir Guineto e Neoci Dias), "Vida no Peito" (c/ Almir Guineto), "Diga e Não Diga" e "Malandro é Malandro, Mané é Mané".
Em 1981, gravou o disco "Meu Sorriso", no qual incluiu de sua autoria "Fim de Nós Deu Em Nós" e a faixa-título "Meu Sorriso", além das regravações de "Sentado à Beira do Caminho" (Roberto e Erasmo Carlos), com a qual fez sucesso na época, e de "O Neguinho e a Senhorita" (Noel Rosa de Oliveira e Abelardo Silva), "Noite de Luar" (Sombra, Sombrinha e Arlindo Cruz), "Quero Meu Direto de Viver" (Paulo Negão do Salgueiro e Helinho do Salgueiro), "Nada Mais" (Nélson Rufino e Orlando Rangel) e "Vovó e o Rei da Saturnália na Corte Egipciana (Savinho da Beija-Flor e Luciano da Beija Flor).
Em 1982, no LP "É Melhor Sorrir", interpretou "Tapa no Beiço", "Malandro Também Chora", "A Deusa da Passarela é Ela" e "O Campeão (Meu Time)", todas de sua autoria. Neste mesmo disco, incluiu "A Mulher do Malandro" (Zé do Maranhão e Beto Sem Braço), "Não Chora Coração" (Franco e Marcos Paiva), "De Simplicidade" (Serafim Adriano), "Um Grande Amor Se Acaba" (Silvinho da Portela, Xavier e Onofre do Catete) e "Subúrbio", de autoria de Jorge Bento e Zé do Maranhão. No ano seguinte, lançou o LP "Meu Mundo Novo", no qual interpretou "Senhora" (Dhema e Serginho Meriti) e de sua autoria "Fuque, Fuque, Nheco Nheco" (c/ Almeida), "Gamação Danada" (c/ Almir Guineto), "Rosa Flor Mulher" (c/ Damião), "O Rei Que Chora" (c/ Wanderlei Moreira) e a faixa-título "Meu Mundo Novo", esta só de sua autoria. Em 1985, lançou o disco "Ofício de Puxador" e um ano depois lançou "A Voz da Massa", no qual interpretou "Adeus, Morena" e "Ser de Mim", ambas de sua autoria e ainda "O Enredo do Meu Amor", em parceria com H.O. e João Congo. Ainda neste disco, incluiu "Esse Mundo Está Mudado" (Wilson Saravá e Edson Show), "Manda Notícias" e "Odoiyá", ambas de autoria de Nélson Rufino e João Rios e ainda a faixa-título "A Voz da Massa", de autoria dos baianos Charles Negrita e Edil Pacheco.
No ano de 1988, foi lançada uma coletânea de sucessos do cantor, que contou com as participações especiais de Roberto Ribeiro, Simone e Golden Boys. No repertório, constaram as músicas "Bem Melhor Que Você", "A Deusa da Passarela", ambas de sua autoria e ainda a faixa-título "Festejo" (Noca da Portela e Toninho Nascimento), além das composições "Recomeçar" e "Poxa Vida", ambas de Wilson Ney, "Quero Meu Direito de Viver" (Helinho do Salgueiro e Paulo Negão do Salgueiro). No ano seguinte, em 1989, gravou "Carente de Afeto"., no qual incluiu "Malandro Também Chora" de sua autoria e "Magali", em parceria com Iltinho, Tom, e Carlos Senna. Ainda neste disco, interpretou "Se Você Sentir Saudade" (Noca da Portela, Roberto Serrão e Jairo Bom Ambiente), "Foi o Teu Amor" (Sereno, Franco e Arlindo Cruz), "Favela" (Jorginho Pessanha e Padeirinho), "Não é Bem Assim" (Adilson Victor e Sombrinha), "Nessa Faixa de Idade" (Sereno e Nei Lopes) e a faixa-título "Carente de Afeto", de autoria de Almir Guineto, Adalto Magalha, Carlos Senna e Beto Sem Braço.
Em 1990, lançou o CD "Felicidade", no qual gravou "Portela na Avenida" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), "Exaltação à Mangueira" (Enéas Brites e Aloisio Augusto Costa), "Pingos de Amor" (Paulo Diniz e Odibar) e "Aquarela Brasileira" (Silas de Oliveira) e "Os Cinco Bailes da História do Rio" (Ivone Lara, Bacalhau e Silas de Oliveira). No ano seguinte, ganhou o Prêmio Sharp na categoria "Melhor Cantor de Samba" e gravou o CD "Poetas da Calçada". Em 1992, lançou o CD "Sou Seu Fã" e em 1993, produzido por Rildo Hora, lançou o CD "Os Melhores Sambas-Enredos da Beija-Flor". No ano posterior, gravou "Da Vila & da Viola", disco no qual interpretou somente composições de Paulinho da Viola e de Martinho da Vila, entre elas: "Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida", "Argumento", "Pode Guardar as Panelas", "Coração Leviano" e "Pecado Capital". De Martinho da Vila incluiu "Segure Tudo", "Ex-Amor", "Manteiga de Garrafa", "O Pequeno Burguês", "Canta, Canta Minha Gente" e "Meu Laiá-Raiá", entre outras.
No CD "Quem Te Ama Sou Eu", lançado em 1995, incluiu de sua autoria "Malandro Chorão". Neste disco, apareceu como intérprete nas seguintes faixas: "O Amor da Minha Vida" (Jorge Cardoso e Beto Correa), "Pagando Mico" (Toninho Gerais e Paulinho Rezende), "Amor Perigoso" (Alceu Maia e Sarah Benchimol), "Graça" (Wilson Ney) e na faixa título "Quem Te Ama Sou Eu", de Alceu Maia e Sarah Benchimol.
Em 1997, gravou o CD "Reencontro", no qual incluiu de sua autoria "Meu Rio de Janeiro" e "Meu Mundo Novo". Ainda neste CD, interpretou "Claudionor 171" (Jorge Carioca e Alexandre de Andrade), "A Última Gota" (Beto Correa e Marcelo Guimarães), "Preta Aloirada" (Casquinha), "Pode Relaxar" (Sarah Benchimol e Alceu Maia) e "O Cara Sou Eu", de autoria de Roberto Lopes, Marques e Marley. No ano posterior, em 1998, abriu um show de Tina Turner no Maracanã e desfilou em Paris, França, por ocasião da Copa do Mundo, com um grupo de sambistas organizado por Joãozinho Trinta. No ano posterior, lançou o disco "Essência Pura", no qual interpretou "Paixão de Um Velho Cais" (Franco e Serginho Procópio), "Sol de Primavera" (Acyr Marques e Arlindo Cruz), "Quero Te Dar Força Pra Lutar" (Netinho, Serginho Procópio e Luiz Cláudio Picolé) e "Feliz Sambista", de autoria de Délcio Luiz e Carlito Cavalcanti. No ano 2000, lançou o CD "Neguinho da Beija-Flor, Ao Vivo - 25 anos de Fé e raiz", no qual fez um retrospecto de carreira e interpretou "Bem Melhor Que Você", "Malandro Também Chora", "1000 Anos de Vida", "Malandro Chorão" e "Meu Sorriso", todas de sua autoria, e ainda "Gamação Danada" (c/ Almir Guineto), "Pra Lá de Legal" (Arlindo Cruz e Sombrinha) e a faixa-título "Fé e Raiz", de autoria de Mongol, Fernando, Herlon e Beto Coutinho, interpretada em dueto com Zeca Pagodinho.
Em 2002, ao lado de outros artistas, participou do CD "Os Melhores do Ano III", disco no qual interpretou juntamente com Thobias da Vai-Vai e Eliane de Lima "Não Deixe o Samba Morrer" (Edson e Aluísio) e ainda a faixa "Talismã" em dueto com o grupo Raça Negra. Em janeiro de 2003, foi uma das atrações, em Brasília, na festa de posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva. No carnaval deste mesmo ano a Beija-Flor desfilou com o samba-enredo "O Povo Conta a Sua História: "Saco Vazio Não Pára em Pé. A Mão Que Faz a Guerra, Faz a Paz", de autoria de Betinho, J.C, Coelho, Ribeirinho, Glyvaldo, Luís Otávio, Manoel do Cavaco, Serginho Sumaré e Vinícius, sendo a campeã do Grupo Especial. Lançou o 23º disco de sua carreira "Duetos", no qual participaram Alcione na faixa "Recomeço", João Bosco em "O Campeão", Zeca Pagodinho em "Fé e Raiz", grupo Raça Negra na faixa "Talismã", Roberto Ribeiro na composição "Recomeçar", Simone em "A Deusa da Passarela", grupo Pique Novo na música "Desabafo", grupo Sensação em "Quando o Sol Nascer", Eliana de Lima na faixa "Partilha", grupo Sem Compromisso na composição "Mariana, Parte Minha", grupo É Demais na regravação de "Poxa" e Jorge Benjor na faixa "Ofício de Cantador". Neste mesmo ano, Bezerra da Silva, no disco "Meu Bom Juiz", gravou de sua autoria "Bem Melhor Que Você".
Em 2004, como puxador de samba da Beija-Flor conseguiu o bi-campeonato após um desfile embaixo de uma forte chuva, quando a Escola levou para o sambódromo o samba-enredo "Manôa - Manaus - Amazônia - Terra Santa... Que Alimenta o Corpo, Equilibra a Alma e Transmite a Paz" de autoria de Cláudio Russo, Zé Luiz, Marquinhos, Jessi e Leleco e no ano seguinte foi tri-campeão com a Beija-Flor. Ainda neste mesmo ano de 2005 lançou por seu próprio selo musical NB Show, o CD "Nos Braços da Comunidade", no qual interpretou, entre outras, o pot-pourri "Leva Meu Samba", "Atire a Primeira Pedra" e "Na Cadência do Samba" (Ataulfo Alves), "Senhor Diretor de Harmonia" e o pot-pourri "Você Morava Lá no Morro", "O Preço da Traição" e "Garçon" (Cabana), "Meu Drama" (Silas de Oliveira), "1800 Colinas", de Gracia do Salgueiro", além de "Tango do Fim", "A Carne é Fraca", ambas de autoria de Osório Lima, sendo incluídas ainda duas inéditas de sua autoria.
Em 2010 participou do show especial de Natal do cantor e compositor Roberto Carlos, realizado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Neste show comandou a bateria da Escola de Samba Beija-Flor como puxador oficial do samba enredo de 2011 "A Simplicidade de Um Rei", composto em homenagem a Roberto Carlos e em 2011 participou da festa “Flamengo é Flamengo”, em comemoração aos 116 anos do Clube de Regatas do Flamengo, em show realizado na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, que contou a direção de Paulão Sete Cordas e a participação de vários artistas rubro-negros, dentre os quais Arlindo Cruz, Alcione, Almir Guineto, Diogo Nogueira, Toni Garrido, Moacyr Luz, entre outros.
Foi uma das atrações do “Baile Oficial da Cidade do Rio de Janeiro”, realizado no Jockey Club da cidade, para as comemorações de abertura do carnaval carioca de 2012.
A escola desfilou com sete sambas-enredo de sua autoria e Neguinho é considerado uma das pessoas mais importantes da escola, que o tem como um dos ícones. Sua composição mais conhecida é "O Campeão (Meu Time)", entoada em todos os estádios de futebol por todo o Brasil e, segundo o próprio compositor, a música gera cerca de R$ 2.500,00 reais em arrecadação pelos direitos autorais. Ainda sobre essa música, em 2008 o compositor declarou a um jornalista como surgiu esse sucesso: "Dei um compacto para um amigo que trabalhava no som do Maracanã e mandei distribuir milhares de panfletos com a letra. Nesse dia, a música tocou e todo mundo cantou".
Nossos Parabéns ao Grande Neguinho da Beija-Flor pelos seus 63 anos de Vida e muito Samba!

A Deusa da Passarela é Ela
(Neguinho da Bejia-Flor)

É ela, maravilhosa e soberana, de fato nilopolitana,
Enamorada deste meu país.
É ela, a deusa da passarela, razão do meu cantar feliz.
É ela, um festival de prata em plena pista,
É o sorriso alegre do sambista, ao ecoar o som de um tambor... ôô

Beija-Flor minha escola, minha vida, meu amor!

Bem Melhor Que Você
(Neguinho da Beija-Flor)

Bem melhor que você, é estar bem comigo
É ter muitos amigos, é cantar, é sorrir,
É viver a vida, é curtir cada minuto e segundo
Bem melhor que você existem milhares no mundo.

Hoje apesar de saber que você não me ama
E de me certificar que o meu eu reclama
A sua presença que vai me matar de saudade,
Desejo a você felicidade,
O ressentimento para mim não combina com meu proceder
Prefiro manter a esperança que vai ter um fim
Esse meu tormento e assim dizer

Gamação Danada
(Neguinho da Beija-Flor / Almir Guineto)

Êh, gamação danada! É triste ter você,
Fazendo morada dentro do meu peito
Deixando imperfeito o meu viver

Gamação, palavra que soa indelicada
Mas é a única forma adequada que justifica o meu penar
Amar da maneira que amo não é mais amar
Chorar por você como choro não é mais chorar
É derramar um arsenal de lágrimas,
É me sentir o mais infeliz dos mortais
Você é minha desventura por lhe querer com loucura
Conheço o sofrimento e nada mais

Malandro é Malandro, Mané é Mané
(Neguinho da Beija-Flor)

Malandro é malandro, Mané é mané
Podes crer que é...

Malandro é o cara que sabe das coisas
Malandro é aquele que sabe o que quer
Malandro é o cara que tá com dinheiro
E não se compara com um Zé Mané
Malandro de fato é um cara maneiro
Que não se amarra em uma só mulher...

Malandro é malandro, Mané é mané
Podes crer que é...

Já o Mané ele tem sua meta
Não pode ver nada que ele cagueta
Mané é um homem que moral não tem
Vai pro samba, paquera e não ganha ninguém
Está sempre duro, é um cara azarado
E também puxa o saco pra sobreviver
Mané é um homem desconsiderado
E da vida ele tem muito que aprender...

Malandro é malandro, Mané é mané
Podes crer que é...

19 de junho de 2012

Gracia do Salgueiro.

De certo que a música popular brasileira se encontra em festa hoje comemorando o aniversário do fantástico Chico Buarque. O samba, em especial, também agradece a esse monstro da nossa música, mas voltando nossos olhos um pouco mais para nossa raiz, humildemente pedimos licença para lembrar a passagem de anos do excelente compositor salgueirense, Gracia do Salgueiro.
Graciano Campos nasceu na cidade de Além Paraíba, no estado de Minas Gerais no dia 19 de junho de 1927, mas ainda criança foi morar com a família no Rio de Janeiro. Aos 16 anos, já cantava profissionalmente, apresentando-se na Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. Em 1958, compôs a sua primeira música, "Cortina do meu lar", gravada pela cantora Ademilde Fonseca, mesmo ano, aliás, em que ingressou na Ala dos Compositores do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, na qual compôs seu primeiro samba-enredo. Como cantor, apresentou-se em programas de televisão e em clubes do Rio de Janeiro, como Renascença e Bola Preta.
No ano de 1974, Beth Carvalho lançou o LP "Pra Seu Governo", no qual incluiu de sua autoria "1800 Colinas", um dos primeiro sucessos da cantora. Com o êxito desse samba, a cantora foi convidada a fazer uma turnê pela França, onde o disco também foi editado. Neste mesmo ano, ao lado de Catoni, Wilson Moreira, Edson Menezes e Ary do Cavaco, entre outros, Gracia participou do LP "Olé do Partido Alto", no qual interpretou de sua autoria "Zé Trocado", em parceria com Roberto Nunes.
Beth Carvalho em 1975 gravou "Pandeiro e Viola", composição de Gracia que deu título ao disco da cantora. Ainda em 1975, Jorginho do Império interpretou "Na Beira do Mar", no LP "Viagem Encantada". No ano seguinte, Beth Carvalho interpretou "Se Você Quiser" e em 1977, "Cuidado Com a Minha Viola", foi incluída no LP "Botequins da Vida", também de Beth Carvalho.
No ano de 1978, a cantora Janaína gravou "O Tema é o Dinheiro", no LP "Quem Tem... Tem". Em 1982, Elizete Cardoso, no LP "Recital - Volume 1", regravou "1800 Colinas".
No ano de 1997 o cantor Fabiano interpretou no disco "Samba e Pagode 7", "Presença de Noel", samba feito por Gracia em parceria com Martinho da Vila. Já no ano 2000, Zélia Duncan e Beth Carvalho interpretaram "1800 Colinas", o maior sucesso do compositor e um dos maiores da carreira da cantora no disco "Casa de Samba 4", produzido por Rildo Hora e em 2004 Beth Carvalho regravou "1800 Colinas" em seu DVD "Beth Carvalho - A Madrinha do Samba", gravado ao vivo no Canecão, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano a cantora Tereza Gama lançou o CD "Aos Mestres Com Carinho", no qual interpretou de sua autoria "Dedo na Viola". Com esse simples registro, gostaríamos de felicitar Gracia do Salgueiro pelos seus 85 anos de vida!

1800 Colinas
(Gracia do Salgueiro)

Subi mais de 1800 colinas,
Não vi nem a sombra de quem eu desejo encontrar
Ó Deus eu preciso encontrar meu amor, ôôôô
Pra matar a saudade que quer me matar.

Eu queria dar sossego ao meu coração, mas fui infeliz no amor
Fui gostar de quem não gosta de ninguém e hoje só me resta a dor
Por isso eu subi...

Pandeiro e Viola
(Gracia do Salgueiro)

Ô pandeiro, ô viola...
Cantarolando é que a nossa tristeza vai embora

Pra curar melancolia... La la i a la i a la ia
A tristeza de quem chora ... La la i a la i a la ia
O remédio é um pandeiro, luar e um terreiro e viola

Cuidado Com A Minha Viola
(Gracia do Salgueiro)

Cuidado com a minha viola! Cuidado com a minha viola!
Estão batendo no pandeiro, vê como a cuíca chora
Já deram no reco-reco, bateram na boca do "seu" agogô
Quero cuidado com a minha viola, é com ela que eu canto para o meu amor.

Cuidado com a minha viola! Cuidado dom a minha viola!
Estão batendo no pandeiro, vê como a cuíca chora
Já sacudiram o chocalho, fizeram um barulho que eu vou te contar
Até o surdo que não escutava, ouvindo a zoada se pôs a gritar.

Cuidado com a minha viola! Cuidado com a minha viola!
Estão batendo no pandeiro, vê como a cuíca chora
Já disse ao dono da casa, se a pancadaria for continuar
Eu vou embora com a minha viola cantar meu partido em outro lugar.

18 de junho de 2012

Paulo da Portela.

A Família Portelense comemora hoje o 111º aniversário de um grande ícone da escola, ilustríssimo e eterno Paulo da Portela
Paulo Benjamin de Oliveira, nasceu no dia 18de junho de 1.901, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de Joana Baptista da Conceição e Mário Benjamin de Oliveira, passou a infância no bairro da Saúde e Estácio de Sá, criado pela mãe junto com um irmão mais velho e uma irmã mais nova, considerava o pai sempre uma figura ausente. Começou a trabalhar bem cedo em uma pensão para ajudar a mãe; também entregava marmitas em domicílios, tendo mais tarde, passado a trabalhar como lustrador de móveis.
Em 1920, a família mudou-se para Osvaldo Cruz, indo morar numa casinha de vila que hoje corresponde ao número 338 da Estrada da Portela. Nessa época, iniciou suas atividades carnavalescas, no Bloco Moreninhas de Bangu. Fundou, no início da década de 1920 o "Ouro Sobre Azul", o primeiro bloco de Osvaldo Cruz, mais no estilo dos ranchos do que do samba. Foi na casa de seu Napoleão, pai de Natal da Portela e um dos grandes festeiros do bairro, na qual começou a conviver com sambistas de peso, como Ismael Silva, Baiaco, Brancura, Aurélio, trazidos do Estácio pela irmã de seu Napoleão, D. Benedita. Nestas festas, tocava-se e dançava-se jongo e caxambu. Mais tarde, passou a freqüentar as festas de D. Esther Maria Rodrigues, organizadora do bloco "Quem Fala de Nós Come Mosca", que recebia tanto pessoas do bairro como também da classe alta, e ainda artistas como Pixinguinha, Cartola, Roberto Silva, Augusto Calheiros, Donga, Gilberto Alves, entre outros. Bem antes, em 1922, fundou o bloco "Baianinhas de Oswaldo Cruz", juntamente com Antônio Rufino dos Reis e Antônio da Silva Caetano, futuros fundadores da Portela.
Em 11 de abril de 1926, surgiu o Conjunto Carnavalesco Escola de Samba de Osvaldo Cruz, em cuja organização teve papel importantíssimo: líder, produtor, relações públicas, organizava os eventos, discursava, lutando para que o samba, e as escolas de samba, tivessem o seu devido reconhecimento. A participação pública de Paulo da Portela logo fez dele um líder classista muito considerado por seus pares e por alguns jornalistas, que nele via despontar uma estrela do proletariado. Em 1931, Mário Reis gravou seu samba "Quem Espera Sempre Alcança". No ano seguinte, Paulo participou da fundação da UES (União das Escolas de Samba).
Em 1935, a Vai Como Pode (futura Portela) ganhou o desfile das escolas de samba com "Linda Guanabara", samba de sua autoria. No mesmo ano, dois fatos marcantes para a escola, primeiro quando ela passou a chamar-se G.R.E.S. Portela e segundo pelo fato de Paulo, agora de fato da Portela, foi eleito pelo voto popular como o maior compositor das escolas de samba, num concurso promovido pelo jornal "A Nação". No ano seguinte, Paulo foi eleito "Cidadão-Momo" e em 1937, "Cidadão-Samba". Esses títulos lhe deram status na sociedade carioca e geraram algumas inimizades.
Em 1937 ainda, Carlos Galhardo gravou "Cantar Para Não Chorar", samab de Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres. De dezembro de 1937 a janeiro de 1938, Paulo participou da Embaixada do Samba, grupo que viajou em turnê de shows no Uruguai, do qual faziam parte ainda Heitor dos Prazeres, Marília Batista, a violonista Ivone Rabelo, o maestro Júlio de Souza e o grupo “Turunas Cariocas”. Ainda em 1938, participou da Embaixada da Favela que, chefiada por Francisco Alves, fez apresentações em São Paulo.
Compôs "Teste de Samba", com o qual a Portela foi campeã em 1939, apontado como o primeiro samba-enredo, já que conseguiu estruturar toda a escola em função do seu samba, ao contrário dos outros compositores, que criavam a música a partir de um enredo determinado. Em junho deste ano, casa-se com Maria Elisa dos Santos. No ano de 1940, criou o programa "A Voz do Morro", na Rádio Cruzeiro do Sul, junto com Cartola, no qual apresentavam sambas inéditos.
Em 1941, formando o Conjunto Carioca juntamente com Cartola e Heitor dos Prazeres, fez temporada na cidade de São Paulo. Nesse ano, a Portela foi campeã com seu samba "Dez Anos de Glória", em parceria com Antônio Caetano, que contava todos os temas já apresentados pela escola desde 1932. Brigado com a diretoria, deixou a escola logo após o carnaval em razão de desentendimento ocorrido ainda em pleno desfile, saindo magoado como revelam os versos de seu samba O Meu Nome Já Caiu No Esquecimento: O meu nome já caiu no esquecimento/ O meu nome não interessa a mais ninguém/ E o tempo foi passando/ E a velhice vem chegando/ Já me olham com desdém/ Ai quantas saudades/ De um passado que se vai no além/ Chora, cavaquinho, chora/ Chora, violão, também/ O Paulo no esquecimento/ Não interessa a mais ninguém/ Chora, Portela/ Minha Portela querida/ Eu que te fundei/ Serás minha toda vida. Entrou então para a Escola de Samba Lira do Amor, de Bento Ribeiro, mas, apesar disso, em agosto de 1941 recebeu, na Portela, Walt Disney e enorme comitiva. Inspirado nesta grande festa, Disney criou o personagem Zé Carioca.
Paulo da Portela participou como figurante de três longas-metragens: "Favela de Meus Amores", de Humberto Mauro; "O Bobo do Rei" e "Pureza". Faleceu no dia 30 de janeiro de 1949 no Rio de Janeiro, em conseqüência de um ataque cardíaco.
No ano de 1965, "Pam-pam-pam-pam" foi incluída no LP "Rosa de Ouro". Em 1970, seu partido-alto "Cocorocó" foi interpretado pela Velha-Guarda da Portela no LP "Portela, Passado de Glória", disco este produzido por Paulinho da Viola.
No ano de 1972, Elza Soares e Roberto Ribeiro incluíram "Cocorocó" no disco "Sangue, Suor e Raça". Em 1974, Alvaiade gravou o samba inédito "Quitandeiro", composição póstuma de Paulo da Portela com Monarco, no LP "Portela", o qual terminou o samba, iniciado por Paulo, somente após permissão da família do compositor.
Paulo foi homenageado em sambas como "De Paulo da Portela a Paulinho da Viola", de Monarco e Francisco Santana, e "Passado de Glória", de Monarco. No ano de 1976, Roberto Ribeiro regravou "Quintandeiro" no LP "Arrasta Povo". Neste mesmo ano sua composição "Olhar Assim" foi interpretada por Clementina de Jesus no disco "Clementina de Jesus - Convidado Especial: Carlos Cachaça". Em 1979 Clementina de Jesus regravou "Cocorocó" no LP "Clementina e Convidados". Em 1984, foi lançado o LP "Cartola Entre Amigos", disco no qual foi incluída a faixa "Deus Te Ouça", parceria com Cartola, interpretada pela dupla Monarco e Tia Doca da Portela. No ano de 1986, com produção de Katsunori Tanaka foi lançado o LP "Doce Recordação - Velha-Guarda da Portela" somente para o mercado japonês, disco no qual foi incluída de sua autoria "Cidade Mulher", interpretada por Monarco.
No ano de 1987, novamente o produtor japonês Katsounori Tanaka lançou para seu mercado natal outro LP: "Homenagem a Paulo da Portela". Neste LP participaram vários integrantes da Velha-Guarda da Portela e outros admiradores de Paulo da Portela como: Chico Santana em "Linda Guanabara"; Manacéia "Teste de Samba"; Cristina Buarque e Mauro Duarte em "Quem Espera Sempre Alcança", Monarco e Tia Doca em "Deus Te Ouça"; Monarco em "Este Mundo É Uma Roleta" e "O Meu Nome Já Caiu No Esquecimento"; Argemiro da Portela em "Cocorocó"; Casquinha da Portela em "Conselho". Na década de 1990 foi relançado em CD "Cartola Entre Amigos" e no ano 2000, "Doce Recordação - Velha-Guarda da Portela" e "Homenagem a Paulo da Portela". No ano seguinte, Paulo foi homenageado pelo bloco "MIS a MIS", quando o Museu da Imagem e do Som apresentou o enredo "Paulo da Portela", bloco que tinha como padrinhos Dona Zica e Ricardo Cravo Albin. O samba em sua homenagem, criado para o desfile do bloco, foi composto por Jorge de Paula, Ricardo Mello e Marcelo Menezes, sendo gravado por Monarco e a Velha-Guarda da Portela. O desfile do bloco, também animado pelo Bloco Carnavalesco Cordão da Bola Preta, aconteceu no bairro da Lapa, centro do Rio de Janeiro. Neste dia foram feitas imagens para um documentário sobre a vida e obra do sambista, dirigido e escrito por Marília Barboza, Luís Carlos Magalhães, Carlos Monte e João Batista Vargens, que incluía também cenas com depoimentos de familiares do compositor. Em 2002, foi lançado o livro "Velhas Histórias, Memórias Futuras", de Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências ao compositor.
Bem, com este simples relato, queremos demonstrar nosso respeito e registrar nossos humildes parabéns a este gigantesco personagem da história do samba e do carnaval brasileiro!

Cantar Para Não Chorar
(Paulo da Portela / Heitor dos Prazeres)

Rir para iludir, cantar para não chorar,
Beber para esquecer o nome daquela ingrata que me fez sofrer

Vivo cantando pra esquecer a minha dor
Conservo ainda, no peito, um grande amor
E o meu pranto parece não ter mais fim
No entanto, eu padeço e não tens pena de mim

Linda Borboleta
(Paulo da Portela)

Linda borboleta não seja buliçosa
Deixa a minha rosa que tão linda está no galho
É o meu prazer ao amanhecer fazer-lhe visita
Vê-la banhada de orvalho,
Quando vem o sol cobre ela de ouro,
No jardim do pobre é um tesouro.

Linda borboleta, por favor, deixa meu tesouro de real valor
Quem faz este apelo é pobre trovador,
Que se inspira na rosa pra fazer canções de amor.

Cocorocó
(Paulo da Portela)

Cocorocó, o galo já cantou
Levanta nego, tá na hora de ir pro batedor
Oh nega me deixa dormir mais um bocado
Não pode ser, porque o senhorio está zangado com você
Ainda não pagaste a casa esse mês
Levanta nego que só faltam dez pra seis.

Nega, me deixa dormir, eu hoje me sinto cansado
O relógio da parede talvez esteja enganado
Nega, me deixa dormir, eu hoje me sinto doente
Deixa de fita malandro você não quer ir pro batente.

O Quitandeiro
(Monarco / Paulo da Portela)

Quitandeiro, leva cheiro e tomate pra casa do Chocolate que hoje vai ter macarrão
Prepara a barriga macacada, que a boia tá enfezada e o pagode fica bom
Chega só 30 litros de uca para fechar a butuca desses nego beberrão
Chocolate, tu avisa a crioula que carregue na cebola e no queijo parmesão

Mas não se esqueça de avisar a nêga Estela
Que o pessoal da Portela vai cantar partido alto
Vai ter pagode até o dia amanhecer
E os versos de improviso serão em homenagem à você

15 de junho de 2012

Nílton Barros.

Completa hoje 66 anos de vida o excelente violonista, compositor e cantor Nílton Barros, a quem com este pequeno registro gostaríamos de homenagear nesta passagem de anos.
Nílton de Barros Júnior nasceu no dia 15 de junho de 1.946 na cidade do Rio de Janeiro, filho de uma família de músicos populares demonstrou desde tenra idade uma vocação irresistível para a Música. Sua iniciação ao violão, propriamente dito, deu-se a partir da adolescência. Após prestar o serviço militar obrigatório na Brigada Pára-quedista, apresentou-se ao lado de nomes consagrados tais como Carlos José, Sílvio César, e outros, no programa "Clube das Garotas", na TV Excelsior. Nos anos setenta aprofundou seus conhecimentos musicais, estudando com renomados professores, no Museu da Imagem e do Som e no Instituto Villa Lobos, onde foi admitido por concurso. Particularmente, estudou também com Jaime Florence (o popular Meira, da dupla com Dino Sete Cordas, autor de "hinos", como "Mulambo", "Aperto de Mão" entre outros sucessos e Mestre de Baden Powell), estudou ainda com o Professor Bandeirante, que foi nada mais que o introdutor do ensino sistemático de "cifras" no Brasil, tendo estudado ainda com a maestrina Célia Vaz. No campo da música clássica estudou com Léo Soares e Nélio Rodrigues. Coronel reformado do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, chegou a exercer o cargo de Chefe da Defesa Civil do Município do Rio de Janeiro. Na década de 1960 atuava como violonista acompanhando diversos sambistas nas rodas de samba no Teatro Opinião, entre os quais Moreira da Silva, Cartola, Nelson Cavaquinho, Candeia, Reginaldo Bessa e Elizeth Cardoso.
Foi gravado pela primeira vez em 1976, quando Sonia Lemos interpretou sua música "Chorinho Meu", composta com Kiko Carvalho, no LP "Pérola de Agonitá". Em seguida, a cantora Celeste, no LP "Laço de Cobra", de 1979, interpretou de sua autoria a faixa-título "Laço de Cobra". Em 1980 Délcio Carvalho, no LP "Canto de Um Povo", gravou de sua autoria "Testemunha de Um Povo". Já no ano de 1981, Alcione gravou "Sem Perdão" (Nilton Barros, Sereno e Jorge Aragão). Dois anos depois, no LP "Almas e Corações", a cantora interpretou "Amor Em Tom Menor" (c/ Alcione). Neste mesmo ano de 1983, Beth Carvalho gravou de sua autoria em parceria com Dida e Jorge Aragão "Suor No Rosto", faixa que deu nome ao disco da cantora.
Em 1984 sua composição "Na Mesma Proporção", em parceria com Jorge Aragão, foi incluída no disco "Da Cor do Brasil", de Alcione. Neste mesmo ano, Ney Matogrosso interpretou no LP "Bugre", outra música de sua autoria "História do Brasil" (c/ Jorge Aragão).
Em 1988 Beth Carvalho regravou "Suor No Rosto" em seu disco "Toque de Malícia". Neste mesmo ano, atuou como violonista e também cantor no show "Verão Brasil", juntamente com Sônia Santos e Tom da Bahia, excursionando por vários países como Espanha e outros da África do Norte. Em 1989, ainda com este mesmo espetáculo, fez turnê pela Venezuela e Angola. O show, criado e dirigido por Ricardo Cravo Albin, foi encomendado pelo Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores.
No ano de 2010 apresentou-se em casas noturnas da capital francesa, mostrando músicas, em francês, de sua autoria. Em 2011 finalizou o CD "Karma", no qual contou com as participações especiais de Jorge Aragão e Zeca Pagodinho, com arranjos do maestro Ivan Paulo, acompanhado pelos músicos Fernando Merlino, Dirceu Leite, Alceu Maia, Carlinhos Sete Cordas, Téo Lima, Zeca do Trombone, entre outros. Do disco destacam-se a faixa-título e a composição "Yoga", que gerou o seu primeiro clipe, tendo como cenário as cidades de Paris, Étretat, Milão e Veneza, com produção e participação do seu filho, Pedro Perestrello. Neste mesmo ano foi o convidado especial da roda de samba "Terapia Popular", comandada pelo cantor e compositor Roberto Serrão no bar Salsa & Cebolinha, na Lapa, centro boêmio do Rio de Janeiro. Entre suas composições gravadas destacam-se "Laço de Cobra", por Alcione; "Sem Perdão" (c/ Jorge Aragão e Sereno), por Alcione; "Suor No Rosto" (c/ Neoci e Jorge Aragão) por Beth Carvalho; "Alegria, Carnaval" (c/ Jorge Aragão) por Ney Matogrosso; "Estranho" por Emílio Santiago; "Resistência Popular" (c/ Sombrinha e Sereno) pelo Grupo Fundo de Quintal e ainda "Renascer", parceria com Jorge Aragão e Jorge Simas, gravada pelo grupo MPB-4.

Na Mesma Proporção
(Nilton Barros / Jorge Aragão)

O amor...
Quem sabe um dia ainda volte a correr nas minhas veias
Quem sabe queira envolver-me outra vez nas suas teias
Quem sabe venha me fazer feliz ou venha pra sangrar
O certo é que já não virá mais de você
O amor que eu terei não será mais pra você
Amar é dar é receber e se envolver com a vida,
Mas você não sabe e nunca vai saber.

Quando eu sem refletir logo te abri meu coração
Você fechou o seu na mesma proporção
Por isso resolvi deixar você em paz,
Porque vi que mereço muito mais
Perdoe a presunção, mas sei que muito tenho a dar
Amor é emoção que não se pode sufocar
Por isso declarei o amor,
Quem sabe um dia virá de vez pra minha companhia
E hei de me envolver de novo em outras teias
Enquanto sangue houver nas minhas veias

Sem Perdão
(Nilton Barros / Jorge Aragão / Sereno)

Se pensa que é chegar, ver e vencer
Pode parar que já não quero nem lhe ver

Quando eu sofri, quase morri você sorriu.
Tanta maldade na verdade me feriu
Já me enrolei na sua linha igual pião
Hoje é você quem vai rodar na minha mão

Então vou ver por fim você chorar por mim
Foi um crime sem perdão magoar meu coração.

14 de junho de 2012

Wilson das Neves.

Comemora hoje 76 anos de vida o ótimo compositor, cantor, instrumentista e baterista Wilson das Neves.
Nascido no dia 14 de junho de 1.936 na cidade do Rio de Janeiro, estudou música com Joaquim Naegle e, mais tarde, com Darci Barbosa. Conhecido pelo bordão "ô sorte", com o qual é saudado e reconhecido no meio artístico, mas segundo o próprio, a criação deste bordão foi do cantor e compositor Roberto Ribeiro, que assim costumava cumprimentar o amigo baterista nas rodas de samba na Escola de Samba Império Serrano.
Em 2006 participou como ator do filme "Noel, Poeta da Vila", de Ricardo Van Steen. Logo depois participou como ator do filme "O Filho do Futebol", no qual contracenou com Jece Valadão e do curta-metragem "Alfavela", dos diretores Dado Amaral e Paola Vieira. Em 2010 o cineasta mineiro Cristiano Abud deu início as filmagens do documentário "O Samba é Meu Dom", sobre a vida e obra do baterista, cantor e compositor.
Aos 14 anos, levado pelo percussionista Edgar Nunes Rocca, conhecido como “Bituca", Wilson iniciou-se na música. Mais tarde, o mesmo Bituca o levou para tocar na Escola Flor do Ritmo, no subúrbio carioca do Méier. Aos 21 anos, estreou como baterista na Orquestra de Permínio Gonçalves.
A partir da década de 1950 atuou em shows e gravações com os principais nomes da MPB. Acompanhou a pianista Carolina Cardoso de Meneses entre 1957 e 1958. Neste mesmo ano de 1958, passou a integrar o Conjunto Ubirajara Silva e, no ano seguinte, fez a sua estréia em estúdio gravando pela Copacabana Discos. Participou de vários conjuntos, entre eles o de Steve Bernard em 1963, da Orquestra de Astor Silva em 1964. Neste mesmo ano fundou o grupo Os Ipanemas, com o qual chegou a gravar apenas um LP no mesmo ano. Em 1965 passou a integrar o conjunto de Ed Lincoln e ainda a Orquestra da TV Globo do Rio de Janeiro e da Orquestra da TV Excelsior de São Paulo. Em 1968 atuou como baterista da Orquestra do Maestro Cipó na TV Tupi de São Paulo. Neste mesmo ano gravou no LP "Elza Soares - Baterista: Wilson das Neves". No disco, ambos interpretaram "Balanço Zona Sul" (Tito Madi), "Garota de Ipanema" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), "Copacabana" (João de Barro e Alberto Ribeiro) e "Saudade da Bahia", de Dorival Caymmi, entre outras. No ano seguinte, lançou o disco "Som Quente é o Das Neves", no qual incluiu "Se Você Pensa" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Irene" (Caetano Veloso), "Jornada" e "Wilsamba" (composta em homenagem à batida singular do baterista), ambas de autoria de Roberto Menescal. Entre 1966 e 1973, trabalhou com o maestro Copinha, Elza Soares, Elis Regina, Wilson Simonal, Elizeth Cardoso e Roberto Carlos.
No ano de 1970, gravou o LP "Samba Tropi - Até Aí Morreu Neves", no qual incluiu "Essa Moça Tá Diferente" (Chico Buarque), "Sarro" (Erlon Chaves) e "Feira", de Nonato Buzar e Mônica Silveira. Em 1976, relançou o disco "O Som Quente é o Das Neves", quando interpretou de sua autoria "Sá Nega", parceria com Ineres e Geraldo Barbosa, além de gravar sucessos como "Berimbau" (Baden Powell e Vinicius de Moraes), "O Canto do Pajé" (Villa-Lobos e C. Paulo Barros) e "Os Caras Querem", de João Donato e Orlandivo.
Entre 1980 e 2000 trabalhou com Chico Buarque, Ney Matogrosso e João Donato, entre muitos outros. Em 1996, lançou o CD "O Som Sagrado de Wilson das Neves", com 14 composições suas, sendo 13 em parceria com Paulo César Pinheiro e uma em parceria com Chico Buarque. O disco, agraciado com o Prêmio Sharp, trouxe as participações especiais de Chico Buarque em "Grande Hotel" (c/ Chico Buarque), em "Som Sagrado" (c/ Paulo César Pinheiro), a participação de Paulo César Pinheiro e ainda a participação especial de João Nogueira em "Um Samba Pro Ciro Monteiro". Neste mesmo ano, o grupo Toque de Prima gravou uma composição de sua autoria "O Samba É Meu Dom", em parceria com Paulo César Pinheiro, que deu nome ao disco do grupo. Em 1999 uma gravadora inglesa lançou o CD 1999 "The Return Of The Ipanemas", com a nova formação do grupo que incluía integrantes da primeira formação como Wilson, Mamão e o violonista Neco. No ano 2000, ao lado de Nelson Sargento, Walter Alfaiate, João de Aquino e Mariana de Moraes, participou do show em homenagem a Darci do Jongo, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano o Quinteto em Branco e Preto, grupo formado por jovens músicos e compositores da periferia de São Paulo, lançou o CD "Riqueza do Brasil", no qual fez participação especial ao lado de outros artista como Almir Guinéto, Velha Guarda da Camisa Verde e Branca, Beth Carvalho e Mauro Diniz. Em 2001 participou do disco "Quintal do Pagodinho" produzido por Rildo Hora. Neste CD, idealizado por Zeca Pagodinho, foram reunidos vários compositores, entre eles Efson, Bidubi, Alamir, Octacílio da Mangueira, Leandro Dimenor, Rixxah, Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande, Dunga, Zé Roberto, Maurição, Carlos Roberto, Jorge Macarrão e Luizinho Toblow. Ainda em 2001, participou do disco "Brasileira", da cantora e compositora capixaba Katia Rocha. No CD, ao lado de Luciana Rabello, participou da faixa "Minha Ilha" de autoria de Francisco Velasco. Fez participação especial no disco "Nome Sagrado - Beth Carvalho canta Nelson Cavaquinho", no qual interpretou em dueto com a cantora a faixa "Degraus da Vida" de autoria de Nelson Cavaquinho, César Brasil e Antônio Braga. Participou do disco "Coisa de Chefe", de Cláudio Jorge, no qual interpretou em dueto com o anfitrião, uma parceria de ambos, "E O Vento Levou", sendo também incluída no CD, outra composição de autoria de ambos, "O Que É O Carnaval".
Em 2002 participou do "Projeto Novo Canto", no qual apresentou Luciane Menezes, Ângelo Vidor e o grupo Dobrando a Esquina. No ano de 2003 foi um dos convidados de Wilson Moreira na roda de samba que o compositor apresentava no Centro Cultural Lapases, na Lapa, centro do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, fez show de lançamento do CD "O Som Sagrado de Wilson das Neves". Na ocasião, além do repertório do CD, mostrou diversas composições inéditas: "Ensinamento" (c/ Paulo César Pinheiro), "Tudo O Que Vivi" (c/ Moacyr Luz). Nesse mesmo ano Walter Alfaiate gravou no disco "Samba Na Medida" a faixa "Essa É Pra Quem Bebe", (Wilson das Neves / Paulo César Pinheiro).
Em 2004 no Centro Cultural Carioca foi apresentado o curta-metragem "O Samba É Meu Dom", no qual o compositor contou detalhes de sua vida. No filme ainda constou a participação especial de Chico Buarque, Miucha e da Velha-Guarda do Império Serrano. Ainda em 2004 lançou o CD "Brasão de Orfeu", no qual incluiu "Imperial" (c/ Aldir Blanc), "Jóia Perdida" (c/ Paulo César Pinheiro), "Fonte do Prazer" (c/ Cláudio Jorge), "Ensinamento" (c/ Paulo César Pinheiro), "Samba Pra Mim Mesmo" (c/ Paulo César Pinheiro), "Lupiciana" (c/ Nei Lopes), "Enganos" (c/ Ivor Lancelotti), "De Muito Longe" (c/ Délcio Carvalho), entre outras. Neste mesmo ano de 2004, no disco "Daqui, Dali e De Lá", o grupo Toque de Prima gravou de sua autoria "Ensinamento" (c/ Paulo César Pinheiro). No ano de 2005, com Wanderley Monteiro e Walter Alfaiate, apresentou o show “WWW.Samba” e sua composição "Estava Faltando Você", parceria com Délcio Carvalho, deu título ao CD de Nilze Carvalho.
Em 2008 excursionou com a nova formação do grupo Os Ipanemas pela Holanda, Inglaterra e País de Gales. Lançou, na Inglaterra, o quinto disco do grupo Os Ipanemas, o CD "Que Beleza". Participou ainda como convidado especial, de vários shows da Orquestra Imperial, no Rio de Janeiro. Em 2010 lançou o CD "Pra Gente Fazer Mais Um Samba" no qual interpretou "Outono Chegou", "Folha No Ar", "Coquetel", "Quem Espera Sempre Alcança", "Passarinho de Gaiola", "Hino da Velha Guarda do Império" e a faixa-título "Pra Gente Fazer Mais Um Samba", todas em parceria com Paulo César Pinheiro e ainda "Estava Faltando Você" (c/ Délcio Carvalho), "Não Dá" (c/ Arlindo Cruz), "Assédio" (c/ Nei Lopes) e "Ingrata Surpresa", com o baiano Roque Ferreira. O disco contou com a participação dos músicos João Carlos Rebouças (piano), Zé Luiz Maia (baixo), Vítor Santos (trombone), Cláudio Jorge (violão), Jorge Hélder (violão), André Tandeta (bateria) e Mariana Bernardes nos vocais.
Em 2011 participou da 22ª edição do "Prêmio da Música Brasileira" realizada no Teatro Municipal, no Rio de Janeiro, em homenagem ao cantor e compositor Noel Rosa, na qual interpretou "Conversa de Botequim" e "Com Que Roupa?", ao lado de Tantinho da Mangueira;. Nesse mesmo ano realizou o show de lançamento do CD “Pra Gente Fazer Mais Um Samba”, no Rio de Janeiro, acompanhado dos músicos Zé Bigorna (sax e flauta), Romulo Gomes (contrabaixo), André Tandeta (bateria), Alfredo Cardim (piano) e Armando Marçal (percussão). Apresentou-se no festival "Brasilidade", realizado pelo Ministério da Cultura, que reuniu várias artistas em um palco montado na Lapa, no Rio de Janeiro. Apresentou-se, ao lado de Bnegão, no palco do Teatro Rival, no Rio de Janeiro, acompanhados dos músicos Zé Bigorna (sax e flauta), Zé Luiz Maia (contrabaixo), André Tandeta (bateria), Alfredo Cardim (piano) e Armando Marçal (percussão). Participou como convidado do CD “Chico”, de Chico Buarque, no qual interpretou a faixa “Sou Eu” (Chico Buarque e Ivan Lins), em dueto com o compositor.
Como baterista trabalhou com mais de 600 artistas, entre os quais Sarah Vaughan, Michel Legrand, Clara Nunes, Chico Buarque, Elizete Cardoso, Beth Carvalho, Roberto Carlos, Elis Regina e Elza Soares, além de quase todo o elenco da MPB, inclusive Tom Jobim com quem atuou como músico da trilha sonora da peça "Orfeu da Conceição", de Vinicius de Moraes, encenada em 1956. Entre seus vários parceiros também consta o poeta Guilherme de Brito.
Com esse registro, humildemente deixamos Nossos Parabéns a este grande sambista!


O Samba É Meu Dom
(Wilson das Neves / Paulo César Pinheiro)

O samba é meu dom
Aprendi bater samba ao compasso do meu coração
De quadra, de enredo, de roda, na palma da mão
De breque, de partido alto e o samba-canção
O samba é meu dom
Aprendi dançar samba vendo um samba de pé no chão
No Império Serrano, a escola da minha paixão
No terreiro, na rua, no bar, gafieira e salão
O samba é meu dom
Aprendi cantar samba com quem dele fez profissão
Mário Reis, Vassourinha, Ataulfo, Ismael, Jamelão
Com Roberto Silva, Sinhô, Donga, Ciro e João Gilberto
O samba é meu dom
Aprendi muito samba com quem sempre fez samba bom
Silas, Zico, Aniceto, Anescar, Cachinê, Jaguarão
Zé com Fome, Herivelto, Marçal, Mirabô, Henricão
O samba é meu dom
É no samba que eu vivo, do samba é que eu ganho o meu pão
E é no samba que eu quero morrer de baqueta na mão
Pois quem é de samba, meu nome não esquece mais não

Essa É Pra Quem Bebe
(Wilson das Neves / Paulo César Pinheiro)

Pra quem sempre bebe muito mais devagar com esse andor
Sobretudo quando o assunto geralmente, envolve amor
É melhor que tu não brinques porque o amor é enganador
Vale mais viver nos trinques, beber os seus drinks, ser mais moderador.
Mas tu queres outra dose porque não sabes parar
Tens aumento de glicose, risco de cirrose, tu podes pifar
E a mulher que está contigo a moçada quer levar
É aí, meu caro amigo que mora o perigo da testa se enfeitar.
Beiço rosa, pé inchado e vermelho é o seu olhar
De cachaça, rum, traçado, genebra, quinado e conhaque do bar
Que mulher nenhuma agüenta esse embalo segurar
Qualquer dia o tempo esquenta um dia, a rua atenta, ela vai te abandonar.

Partido do Tempo
(Wilson das Neves / Paulo César Pinheiro)

Eu perguntei ao tempo quanto tempo eu tenho pra passar o tempo
O tempo me respondeu deixa o tempo passar, você tem muito tempo
Das Neves, você tem muito tempo... Quem pensa no tempo também perde tempo,
Das Neves, você tem muito tempo... Pois é dá um tempo, que o tempo é pra já.

Quem diz todo o tempo que o tempo é dinheiro
Não tem passa-tempo nenhum tempo afora
Pra se ter bom tempo tem que ter tempero
Não põe contratempo que o tempo piora
O tempo procura não ter tempo quente
Pra fechar o tempo hoje o tempo demora
Os tempos mudaram, pois já foi-se o tempo
Da temperatura dos tempos de outrora
Ninguém ganha tempo que o tempo é momento
Do temperamento do tempo de agora
O tempo só quer que se dê tempo ao tempo
Que tudo do tempo chega a tempo e hora

Das Neves, você tem muito tempo... Quem pensa no tempo também perde tempo,
Das Neves, você tem muito tempo... Pois é dá um tempo, que o tempo é pra já.

13 de junho de 2012

Fernando de Lima.

Um renomado compositor da história do carnaval carioca comemora 53 anos de vida na data de hoje. Fernando Antonio Menos P. de Lima ou Fernando de Lima como assina suas obras, administrador de empresas por formação e funcionário público de profissão, possui mais de 70 obras gravadas e cantadas por diversas escolas. Entre elas: Mangueira, Santa Cruz, Estácio de Sá, São Clemente, Porto da Pedra, entre outras.
Nascido no dia 13 de junho de 1959 na cidade do Rio de Janeiro, começou a compor aos 14 anos de idade, quando ganhou seu primeiro violão, presente de sua mãe. Nessa mesma época, participou de diversos festivais estudantis. Pertenceu à Ala de Compositores de vários blocos carnavalescos e escolas de samba do Rio de Janeiro tais como: Canários de Laranjeiras, Mangueira, Raça Brasileira, Mangueira do Amanhã, Acadêmicos do Cubango, São Clemente, Unidos da Ponte, Estácio de Sá e Unidos do Amparo, em Friburgo.
Em 1989, o Grupo Sampa, no disco "Pagode da Família", interpretou uma composição de sua autoria em parceria com Franco e Marquinhos PQD, música esta que deu nome ao disco do grupo. No ano seguinte, a Escola Canários de Laranjeiras desfilou com o samba-enredo "Máscaras", composição de Fernando de Lima com Fabiano e Verinha.
No ano de 1992, novamente a Canários de Laranjeiras desfilou com um samba de sua autoria, desta vez composto com Elcy e Dirceu : "Mãe África".
No ano seguinte, fazendo parte da Ala de Compositores da Mangueira, venceu a escolha da Verde e Rosa, que levou para a avenida o samba-enredo "Dessa Fruta Eu Como Até o Caroço", samba feito em parceria com Bira do Ponto, Gustavo, Eraldo, Preto, Dirceu, Verinha e Nei Mattos. Ainda em 1993, outras escolas desfilaram com sambas de sua autoria: Grêmio Recreativo Mocidade Independente de Vila Isabel de Três Rios com o samba-enredo "A Magia das Cores", em parceria com Dirceu, Elcy e Charles; Escola Raça Brasileira da cidade de Sumidouro, com o enredo "Raça Brasileira No Espaço Sideral", parceria com André Freire.
Em 1994, novamente as duas escolas, Raça Brasileira e Canários de Laranjeiras, desfilaram com sambas de sua autoria, sendo respectivamente "Alibabá e os 40 Ladrões", feito em parceria com André Freire; e "Kaleidoscópio", composto com Elcy, Charles e Dirceu. No ano seguinte, o samba-enredo "A Esmeralda do Atlântico", em parceria com Paulinho Carvalho, Rody e Verinha, foi entoado pela Mangueira, na Sapucaí e a Escola Canário de Laranjeiras desfilou com o samba-enredo "Quem É Bom, Já Nasce Feito", parceria de Fernando com Elcy, Charles e Dirceu.
No ano de 1996, a Escola Mangueira do Amanhã levou para a avenida outro samba-enredo de sua autoria, "Escolinha do Professor Raimundo", feito em parceria com Tia Zélia, Paulinho e os Meninos da Mangueira. Neste mesmo ano, Beth Carvalho interpretou de sua autoria "Se Você Soubesse" no disco "Brasileira da Gema". No ano seguinte, a São Clemente cantou "A São Clemente Botafogo na Sapucaí", de sua autoria com Ricardo Góes, Ronaldo Soares e Chocolate.
Em 1998, vários sambas-enredos de sua autoria foram vencedores: "Maiores São Os Poderes do Povo" (c/ Ricardo Góes, Chocolate e Ronaldo Soares), pela São Clemente; "Menino Passarinho" (c/ Márcio Souto, Boró, Ronaldo Soares e Ricardo Góes), na Escola Canários de Laranjeiras; "A Odisséia Cubanga Em Verdes Mares" (c/ Márcio Souto, Márcio André, Boró e Huguinho), na Acadêmicos de Cubango; "Sou Vizinha Faladeira Delirando a Passarela" (c/ Carlinhos Danoninho), na Escola Vizinha Faladeira, e, ao lado de Ricardo Góes, Ronaldo Soares e Márcio Souto, foi autor do samba-enredo "Alegria, Alegria, o Circo Chegou", para a Escola de Samba Foliões de Botafogo.
No ano de 1999, compôs com Chocolate, Ricardo Góes e Ronaldo Soares o samba "A São Clemente Comemora e Traz Rui Barbosa Para os Braços do Povo", para o desfile da São Clemente. Neste mesmo ano, sua composição "Se Você Soubesse" foi incluída no disco "Millenium - As 20 Melhores Músicas do Século". Ainda neste ano, "Leite Preto", em parceria com Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, foi interpretada por Carmen Queiroz.
No ano 2000, várias escolas desfilaram com sambas-enredos de sua autoria: Porto da Pedra ('Ordem, Progresso, Amor e Folia no Milênio da Fantasia', feito com Ricardo Góes, Ronaldo Soares, Chocolate e Silvão); Canários de Laranjeiras ('Canários em Louvação', feito com Pezão, Tavinho, Nivaldo, Wandro e Chocolate); Unidos da Ponte ('As Damas do Samba', feito com Ronaldo Soares, Filinho Cabeção e Benildo) e Unidos do Amparo, escola da cidade de Friburgo, com o samba-enredo "Na Era de Aquários", em parceria com André Freire e em 2001, a Escola de Samba Estácio desfilou com "E Aí, Tem Patrocínio? Temos José" (c/ Edir, Zé Carlos e Zé Pezão).
No ano de 2003, em parceria com Doutor, Eli Penteado, Jorge Charuto e Marquinhos Bombeiro, compôs o samba-enredo "Do Universo Teatral à Ribalta do Carnaval", com o qual desfilou o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Acadêmico de Santa Cruz. Aliás, nos anos que se seguiram até o carnaval de 2012, Fernando obteve apenas uma derrota na escolha de samba da escola. Nossos Parabéns a este excelente compositor!

Se Você Soubesse
(Fernando de Lima)

Se você soubesse como estou sofrendo
Eu sei que na certa você ligaria pra mim
Se você soubesse como estou vivendo
Eu sei, na verdade você me diria sim
Se você soubesse somo estou agora
Eu sei que no sonho você deveria voltar
Um amor tão bonito, que me fez delirar e sonhar
Mantém essa chama que eu não desejo apagar
Seu retrato já escondi... Não consigo esquecer
O meu sonho acordou te procurando, e você
Será que vai voltar pra mim e me fazer feliz
É o que eu tanto quero... o que eu sempre quis
O luar vai cobrir o azul deste céu que sonhei
Com seus raios brilhantes... Como eu te amei
Olha, eu vou te esperar...
Pois um amor tão bonito não pode acabar
Eu só sei te sonhar...
Tua lembrança é tão linda, não quero acordar...

Mangueira 1993 - Dessa Fruta Eu Como Até o Caroço
(Fernando de Lima, Bira do Ponto, Dirceu, Verinha, Gustavo, Eraldo, Preto e Nei Mattos)

Da Índia a manga se originou ô, ô... Floresceu como a poesia
E lá na África encantou, pôs na boca um gosto de alegria
E foi a primeira vez que o colono português no Brasil veio plantar
O fruto macio seduziu meu Rio chegou pra ficar...
Sente, oh linda lua, o aroma que flutua e que me faz sonhar.

Tem manga rosa, eu vou provar
Cheiro e magia bailam no ar.

Entre tantos tipos de mangueira,
Há uma especial... Na estação primeira
Ela simboliza o samba, é a união de gente bamba
Onde desabrocham tantas flores.
E hoje linda... Te vejo mais bela...
Nessa passarela você explode coração
Mangueira... Estou tão feliz!
É verde-rosa! É verde-rosa a minha emoção!

Seja a fruta brasileira, da Mangueira, esse colosso
Dessa fruta eu como até o caroço.

Quem somos.

Minha foto
Bragança Paulista, SP
A Ala de Compositores da Faculdade do Samba Dragão Imperial possui cerca de 40 membros, dos quais grande parte todos os anos escrevem e participam do concurso da escolha do samba enredo da Azul e Rosa. Os Poetas Imperiais, como também são denominados, realizam rodas de samba semanais nas quais relembram sambas de diversos ícones desse ritmo brasileiro, com um tempêro todo seu na "quase famosa" Panela Imperial, que inclusive já se apresentou em algumas cidades, como Serra Negra, além da sua Bragança Paulista. Esse blog é um veículo para a divulgação das atividades da Ala, de dados culturais relativos ao samba, além de ser um espaço para que nossos compositores divulguem suas letras, os áudios de seus sambas, postem fotos de eventos realizados e muito mais...

Amigos que nos seguem

Arquivo do blog