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27 de abril de 2012

Parabéns à Estação Primeira de Mangueira!

Amanhã é o dia do aniversário de fundação de um dos maiores patrimônios do samba e do carnaval brasileiro, a famosa e querida verde e rosa carioca, Estação Primeira de Mangueira!
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira é uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro e uma das mais populares do mundo. Fundada no Morro da Mangueira, próximo à região do Maracanã por Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, entre outros, tendo sua quadra sediada atualmente na Rua Visconde de Niterói, no bairro do mesmo nome.
A Mangueira é considerada a escola que criou a ala de compositores e a primeira a manter, desde a sua fundação, uma única marcação do surdo de primeira na sua bateria. No símbolo da escola, o surdo representa o samba; os louros, as vitórias; a coroa, o bairro imperial de São Cristóvão; e as estrelas, os títulos. Campeã do Grupo Especial do carnaval carioca em 1932, 1933, 1934, 1940, 1949, 1950, 1954, 1960, 1961, 1967, 1968, 1973, 1984, 1986, 1987, 1998 e 2002, tendo ganhado ainda um supercampeonato, exclusivo, oferecido no ano de 1984, na inauguração do Sambódromo.
Segundo depoimentos de alguns componentes da escola, a fundação ocorreu no dia 28 de abril de 1928, mas Sérgio Cabral, jornalista e pesquisador da música popular brasileira, afirma, baseado em documentos, que a data correta seria 28 de abril de 1929. De qualquer forma, a reunião que gerou a fundação da escola se deu na casa de Joana Velho, esposa de Seu Euclides, também presidente, pai de João Cocada. Além desses, estavam também presentes Saturnino Gonçalves, o pai de Dona Neuma; Saint Clair, marido de Aurora, filha de Seu Euclides; Marcelino José Claudino, o velho Mansur; Pedro Paquetá; Abelardo Clemente, o Abelardo da Bolinha; Ismar; Cartola e Zé Espinguela. A Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira foi fundada a partir da união dos blocos da região: Bloco dos Arengueiros, Bloco da Tia Tomásia, Bloco da Tia Fé, Bloco do Senhor Júlio, Bloco do Mestre Galdino e, ainda, Rancho Príncipe das Florestas. Juvenal Lopes, um dos fundadores da escola, afirmou que o nome Estação Primeira de Mangueira deve-se ao samba de Cartola, intitulado "Chega de Demanda", sendo que a expressão Estação Primeira foi adotada por ser a Mangueira, na época, a primeira estação de parada, com samba, após a partida do trem da Central do Brasil. Outros acreditam que o nome da escola é oriundo da quantidade de mangueiras existentes no morro, naquela época. Foi de Cartola a sugestão das cores que, hoje, fazem parte da bandeira da escola. Quando perguntado sobre o porquê das cores, verde e rosa, tendo em vista que não combinavam e que, portanto, a bandeira não ficaria tão bonita, Cartola explicou: "Existe combinação tão bonita quanto a de um caule verde com uma rosa na ponta?" O próprio Cartola, mais tarde, disse que se inspirou, também, em um rancho existente em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Em 20 de janeiro de 1929, Zé Espinguela organizou o primeiro concurso de escolas de samba. As escolas Mangueira, Portela e Estácio, que ainda não se chamavam assim, foram as concorrentes da disputa realizada no Buraco Quente, uma das favelas que pertencem ao complexo da Mangueira, no próprio morro da Mangueira. Espinguela, único membro do júri, deu a vitória à Portela, com o samba "Não Adianta Chorar", de Heitor dos Prazeres. Em 1931, a escola desfilou na Praça Onze com o enredo "Jardim da Mangueira", mas o desfile não é considerado oficial, pois não houve concurso naquele ano.
No primeiro desfile oficial das escolas de samba, em 1932, a Mangueira foi campeã com o samba "A Floresta", de Cartola e Carlos Cachaça e no ano seguinte, com "Uma Segunda-Feira do Bonfim na Ribeira", novamente de autoria de Carlos Cachaça e Cartola, a escola voltou a ser campeã. Em 28 de janeiro de 1934, no desfile extra-oficial, realizado no Campo de Santana, centro do Rio de Janeiro, a escola desfilou com o enredo "A República da Orgia", nova parceira de Cartola e Carlos Cachaça. No desfile do carnaval daquele mesmo ano, voltou a se apresentar, desta vez com o samba-enredo "Homenagem", novamente de Carlos Cachaça e Cartola, tornando-se tricampeã. Em 1937 a escola não desfilou porque um delegado mandou desligar a luz e retirar o cordão de isolamento na apresentação da 16ª escola. Neste carnaval, também não se classificaram as escolas Prazer da Serrinha e Unidos de Lucas, que estavam entre as 32 inscritas. No ano de 1938, não houve concurso porque chuvas fortes impediram a chegada da comissão julgadora. A Mangueira voltou a ser campeã em 1940, com "Prantos, Pretos e Poetas", da mesma dupla. Com sambas dos dois parceiros, "Ciência e Arte" e "Plano Salte", respectivamente, a Mangueira venceu, em 1949 e 1950, o desfile da União das Escolas de Samba.
Em 1956, Carlos Cachaça e Cartola, fundadores da Ala dos Compositores, abandonaram a escola, insatisfeitos com a concorrência de Nelson Sargento e Alfredo Português. Nessa época, Hélio Turco entrou para a Ala dos Compositores e com sambas-enredo de sua autoria, a Mangueira desfilou 12 vezes, sendo campeã cinco vezes: "Carnaval de Todos os Tempos", em parceria com Pelado e Cícero em 1960; "Recordações do Rio Antigo", de Hélio Turco, Pelado e Cícero em 1961; "O Mundo Encantado de Monteiro Lobato", de Hélio Turco, Darcy da Mangueira, Batista, Jurandir da Mangueira e Dico em 1967; "Samba, Festa de um Povo", de Hélio Turco, Darcy da Mangueira, Batista e Dico em 1968.
No ano de 1984, no desfile que inaugurou o Sambódromo, a escola sagrou-se novamente campeã com o samba-enredo "Yes, Nós Temos Braguinha", de autoria de Jurandir da Mangueira, Comprido, Arroz e Jajá. Esse ano de inauguração protagonizou um dos momentos mais marcantes da história do carnaval carioca, o já citado super campeonato. Após desfilar, a escola retornou pela Sapucaí, sendo aclamada pelo público. Naquele ano, o primeiro onde houve dois dias de desfile para as escolas de samba, o grupo especial divisão acabou sendo dividido em dois grupos, sendo cada um, um concurso diferente. Mangueira e Portela, duas das escolas mais tradicionais, venceram, uma o desfile de domingo, e outra o de segunda-feira. Um novo concurso foi realizado no sábado seguinte ao carnaval, entre as melhores escolas de cada dia de desfile, além das melhores do grupo de acesso também. Por fim, a Mangueira, num belíssimo desfile, sagrou-se "supercampeã".
Outro samba de autoria de Hélio Turco foi o do carnaval de 1988: "Cem Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão" (c/ Jurandir da Mangueira e Alvinho), puxado por Jamelão, quando a Mangueira ficou em segundo lugar. A escola venceu ainda em 1973, com "Lendas do Abaeté" (de Jajá, Preto Rico e Manuel); em 1986, com "Caymmi Mostra ao Mundo o Que a Bahia e a Mangueira Têm" (de Ivo, Paulinho e Lula); em 1987, com "Reino das Palavras - Carlos Drummond de Andrade" (de Rodi, Verinha e Bira do Ponto), e dividiu o campeonato de 1998 com a Beija-Flor, por ocasião do enredo "Chico Buarque de Mangueira".
A Verde-Rosa se apresentou para a rainha Elizabeth da Inglaterra, na Embaixada Inglesa, em 1968 e orgulha-se de ser a primeira campeã da história dos desfiles. Foi pioneira na criação de uma ala de compositores, na utilização de carros alegóricos (em 1948) e na fundação de uma bateria mirim, em 1965. Também foi a primeira a utilizar o pandeiro oitavado e a manter, até hoje, uma única marcação, introduzida por Lúcio Pato, que tocava o surdo de primeira, sem obter resposta de outro surdo (comum em outras escolas), o que caracteriza a tal marcação peculiar da escola.
Entre as grandes personalidades da escola, estão: Mocinha da Mangueira (Porta-Estandarte), Dona Zica, Dona Neuma, Cartola, Seu Euclides, Saturnino, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Alcione, Carlos Cachaça, Leci Brandão, Elmo José dos Santos, Carlinhos de Jesus, entre outros não menos importantes, sendo que uma das figuras mais emblemáticas da Mangueira foi o sambista Jamelão, que foi seu intérprete oficial de 1949 até 2006, e que se tornou uma verdadeira autarquia do samba carioca, com seu jeito mal-humorado e sua voz potente - o maior intérprete de Samba-Enredo de todos os tempos.
Em uma pesquisa feita pelo Ibope, certo tempo atrás, a escola foi apontada como a segunda escola de samba mais querida no Estado do Rio de Janeiro, vindo após a Beija Flor, tendo a Mocidade de Padre Miguel em terceiro e a Portela em quarto.
Com este singelo registro, baseado em dados obtidos no Dicionário Cravo Albin da MPB, na Wikipédia e no site da escola, prestamos nossa humilde homenagem ao aniversário de fundação da nossa querida Mangueira!

 Exaltação à Mangueira
(Enéas Brites da Silva / Aloísio Augusto Da Costa )

Mangueira teu cenário é uma beleza que a natureza criou, ô, ô
O morro com seus barracões de zinco, quando amanhece que esplendor
Todo mundo te conhece ao longe pelo som dos teus tamborins e o rufar do seu tambor!

Chegou, ô, ô, ô, ô... A Mangueira chegou, ô, ô...

Mangueira teu passado de glórias está gravado na história
É verde e rosa a cor da tua bandeira
Pra mostrar a essa gente que o samba é lá em Mangueira!

Chega de Demanda
(Cartola)

Chega de demanda, chega
Com este time temos que ganhar
Somos da estacão primeira
Salve o morro de Mangueira

Folhas Secas
(Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)

Quando eu piso em folhas secas caídas de uma mangueira
Penso na minha escola e nos poetas da minha estação primeira
Não sei quantas vezes subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando e assim vou me acabando.

Quando o tempo avisar que não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade ao lado do meu violão da minha mocidade

Sempre Mangueira
(Nelson Cavaquinho / Geraldo Queiroz)

Mangueira é celeiro de bambas como eu
Portela também teve o Paulo que morreu
Mas o sambista vive eternamente no coração da gente
Mas o sambista vive eternamente no coração da gente

Os versos de Mangueira são modestos
Mas há sempre força de expressão
Nossos barracos são castelos em nossa imaginação
Ôh, ôh, ôh, ôh! Foi Mangueira quem chegou
Ôh, ôh, ôh, ôh! Foi Mangueira quem chegou

26 de abril de 2012

Jair do Cavaquinho.

Hoje completaria 90 de vida um dos grandes nomes do samba portelense, o compositor, cantor e instrumentista, Seu Jair do Cavaquinho ou Jahir de Araújo Costa, como foi registrado, nascido no dia 26 de abril de 1922 na cidade do Rio de Janeiro.
Criado no subúrbio de Madureira, desde criança freqüentava a Escola de Samba Portela, chegando a ser seu primeiro mascote e sócio número 1 da escola. Com sete anos participava dos ensaios da escola, levado pela mãe, ou pelas irmãs mais velhas, que saíam na Ala das Baianas.
Autodidata, aprendeu a tocar em um instrumento fabricado por ele mesmo, enfileirando quatro cordas de arame em um pedaço de pau. Quando a mãe pedia para comprar pão, Jair esquecia-se de voltar e ficava observando os mais velhos tocando na antiga quadra da Portela. Reza a lenda que foi excelente jogador de futebol, chegando a ser reserva de Jair da Rosa, na época famoso jogador do Madureira Atlético Clube. Paulinho da Viola se referia a ele como um dos melhores cozinheiros e um exímio sapateador, de espírito dos mais irreverentes. Trabalhou como contínuo na Secretaria de Viação e Obras, tendo como chefe o avô de Marisa Monte.
Uma de suas paixões sempre foi a Portela, da qual faz parte da Velha-Guarda, criada em 1970 por Paulinho da Viola. Durante algum tempo ficou conhecido como Jair do Tamborim, por tocar o instrumento na bateria da escola, mas depois quando começou a compor com o cavaquinho, seu nome ficou relacionado a este instrumento e tamanha era sua qualidade que Jacob do Bandolim o considerava "a maior paleta de cavaco no samba".
Nelson Cavaquinho, além de parceiro, era também um grande amigo, e dele Jair disse certa vez: "O Nelson chegava e pedia pra eu fazer a 2º parte do samba, o casamento de muitas dessas letras e músicas resultou em nossos peitos aliviados, na volta por cima. No fundo todos ganhamos o orvalho e a madrugada de presente".
No início da década de 1960 era freqüentador assíduo do Zicartola - bar de Cartola e Dona Zica, reduto do samba tipicamente carioca, que recebia artistas, pesquisadores, intelectuais e principalmente sambistas novos e antigos. Em 1962, sua composição "Barracão de Zinco" foi gravada por Jamelão. Sobre esta música, aliás, o próprio Jair afirmou em depoimento à uma revista que na primeira vez em que foi receber os direitos autorais desta música, entrou em casa com TV, geladeira, saco de feijão, saco de arroz, daí disse a si mesmo: “o negócio é fazer samba". Por essa época, ao lado de Mauro Duarte, entre outros, participou do espetáculo "A Hora e a Vez do Samba". Em 1965, suas composições "Vou Partir" (c/ Nelson Cavaquinho), "Meu Viver" (c/ Elton Medeiros e Kléber Santos), "Ela Deixou" (c/ Nelson Sargento) e "Pecadora" (c/ Joãozinho), foram incluídas no LP de Elizete Cardoso, "Elizete Sobe o Morro". Neste mesmo ano participou com Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Nelson Sargento e Anescarzinho do Salgueiro, do Musical "Rosa de Ouro", organizado por Hermínio Bello de Carvalho e Kléber Santos que, na ocasião, relançou Araci Cortes e apresentou Clementina de Jesus, tendo sido lançado no mesmo ano, o disco com o mesmo, no qual figurou sua música "Sonho Triste", responsável pelo primeiro registro da voz de Paulinho da Viola, que cantava a 2º parte deste samba no LP.
Participou do conjunto A Voz do Morro ao lado de Zé Kéti, Oscar Bigode, José Cruz, Nelson Sargento, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro e Elton Medeiros, gravando o LP "Roda de Samba", que incluíu sua música "Pecadora", em parceria com Joãozinho - mais tarde conhecido como Joãozinho da Pecadora.
No ano de 1966 no LP "Roda de Samba 2", do grupo A Voz do Morro, foram incluídas outras composições de sua autoria. No ano de 1967, sua composição "E a Rosa Voltou" foi gravada no LP "Rosa de Ouro - Volume II" e neste mesmo ano, passou a integrar o grupo Os Cinco Crioulos, ao lado de Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro e Nelson Sargento, sendo que com a saída de Paulinho da Viola, o grupo ganhou um novo integrante, Mauro Duarte, tendo o grupo lançado, entre os anos de 1967 e 1969, três discos. No ano de 1968, ao lado de Zuzuca do Salgueiro, Wilson Moreira, Zito e Velha, formou o grupo Os Cinco Só e no mesmo ano, integrando o conjunto Rosa de Ouro, participou do show "Mudando de Conversa" juntamente com Clementina de Jesus, Cyro Monteiro e Nora Ney.
Em 1969, seu samba-enredo "Treze Naus" classificou a Portela em 3º lugar do Grupo 1 no desfile daquele ano. No ano seguinte, Elizete Cardoso gravou, de sua autoria "Você Foi Um Atraso Em Meu Caminho", parceria com Picolino da Portela. Na década de 1970, ao lado de Osvaldinho da Cuíca e Osmar do Cavaco, formou o Trio Canela. Em 1977 sua composição "Deus dá a farinha e o diabo rasga o saco" (c/ Velha), foi interpretada pelo parceiro no disco "Partido em 5 - Volume 3". Em 1988 o japonês Katsonuri Tanaka produziu o disco "Velha-Guarda da Portela: Homenagem a Paulo da Portela", do qual Jair participou como integrante da Velha-Guarda da Portela. Entrevistado por uma revista sobre o processo de criação, afirmou: "A música é trato de momento, vem entrando na mente, tem que bancar o bicheiro, sempre ter um papelzinho no bolso. Vem o início, dar continuidade é mais fácil. Viajando de ônibus ou avião, pela janela olhando a paisagem, vem aquela iluminação".
Sobre ele ainda foi dito certa vez por Tárik de Souza, num depoimento ao Jornal do Brasil por ocasião do show "Jair do Cavaquinho 80 anos": "Jair do Cavaquinho é desses sambistas muito discretos.Tem músicas importantes que fez em parceria com Nelson Cavaquinho, como "Vou Partir" e "Eu e as Flores", que viraram sucessos de Nelson. Nelson Cavaquinho foi muito famoso e muitas vezes seus parceiros ficavam na obscuridade. Jair do Cavaquinho foi um deles. Jacob do Bandolim, que sempre foi muito rígido, rasgava elogios à forma como ele tocava o instrumento. Puro talento. Engraxate, Jair aprendeu a tocar cavaquinho vendo os outros tocarem. Trata-se de um músico e um compositor muito importante".
No ano 2000, participou com a Velha-Guarda da Portela do CD "Tudo Azul" produzido por Marisa Monte e neste mesmo ano, Marquinhos de Oswaldo Cruz, interpretou de sua autoria "Enquanto a cidade dorme", parceria com Nelson Cavaquinho. Ainda em 2000, participou do disco "A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores e Intérpretes - Paulinho da Viola e os Quatro Crioulos", CD no qual foram reunidos os integrantes do grupo Os Cinco Crioulos em um show gravado em julho de 1990, no programa "Ensaio", que teve como convidado Paulinho da Viola e para surpresa de Jair, também contou com os outros integrantes: Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho, Elton Medeiros e Nelson Sargento, em uma homenagem aos 25 anos do antológico show "Rosa de Ouro". O disco foi gravado ao vivo, com conversas e ainda execução de composições da época, entre elas "Quatro Crioulos" (Joacir Santana e Elton Medeiros), "Água de Rio" (Anescarzinho e Noel Rosa de Oliveira), "O Sol Nascerá" (Cartola e Elton Medeiros), "No Meu Barraco de Zinco" (Jair do Cavaquinho e Jamelão), "Agoniza Mas Não Morre" (Nelson Sargento), "Cântico à Natureza" (Alfredo Português, Jamelão e Nelson Sargento), "Pecadora" (Jair do Cavaquinho e Joãozinho da Pecadora) e "Rosa de Ouro", de Paulinho da Viola, Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho.
Em 2001, ao lado de Dauro do Salgueiro, Nei Lopes, Nélson Sargento, Dona Ivone Lara, Baianinho, Niltinho Tristeza, Casquinha, Zé Luiz, Nilton Campolino, Monarco, Elton Medeiros, Luiz Grande, Jurandir da Mangueira e Aluízio Machado, participou do show "Meninos do Rio", que acabou se tornando um CD lançado no mesmo ano. No ano de 2002, Marisa Monte, lançou o CD "Seu Jair do Cavaquinho", disco no qual contou com a participação especial de Argemiro da Portela. Neste CD, produzido por Pedro Amorim, interpretou de sua autoria "Doce de Feira" (c/ Altayr Costa), "Eu e As Rosas", "Cabelos Brancos", "Acorda, Negro Velho", "Soltaram Minha Boiada" e "Adeus Palhaço", entre outras. Em 2005 participou do documentário "Da Terra", de Janaína Diniz Guerra, trabalho sobre o sapateado brasileiro que incluiu também o "miudinho", dança na qual Jair do Cavaquinho foi considerado mestre desde a infância e no mesmo ano apresentou-se no Rio de Janeiro, comemorando seu aniversário de 85 anos.
Entre seus parceiros estão Nelson Cavaquinho, com quem compôs "Vou Partir" e "Enquanto a Cidade Não Dorme", esta gravada por Haroldo Santos. Duas de suas composições mais conhecidas estão "Tudo em Vão", gravada por Nara Leão e "Fim do Nosso Amor", gravada por Norimar. Compôs com Zé Kéti a música "Maria" e entre suas composições preferidas está "Ana", gravada por Zuzuca do Salgueiro.
Seu Jair do cavaquinho morreu no dia 06 de abril de 2006 em sua cidade natal, deixando, além de muitas saudades em quem o conheceu, um lindo cartel de composições de extrema qualidade para o mundo do samba.
 
 Vou Partir
(Nelson Cavaquinho / Jair do Cavaquinho)

Vou partir não sei se voltarei...
Tu não me queiras mal, hoje é carnaval.
Partirei para bem longe
Não precisas te preocupar
Só voltarei pra casa quando o carnaval acabar

Vou partir não sei se voltarei...
Tu não me queiras mal, hoje é carnaval.

 Pecadora
(Jair do Cavaquinho / Joãozinho da Pecadora)

Vai pecadora arrependida
Vai tratar da sua vida, por favor, me deixe em paz.
Me deste um grande desgosto, eu não quero ver teu rosto
Palavra de rei não volta atrás
Eu quero um amor perfeito, pra aliviar meu peito
Que por ti já padeceu demais... Demais, demais
Eu quero um amor perfeito, pra aliviar meu peito
Que por ti já padeceu demais
Agora tens o mundo aos teus pés pra caminhar
Se eu cansei de sofrer, cansaste de errar
Eu plantei flor, colhi espinho
Mas agora arranjei outra para me fazer carinho.

Maria
(Jair do Cavaquinho / Zé Kéti)

Saia do meu caminho, eu não lhe quero mais
Aonde eu vou, Maria vai atrás,
Aonde eu vou Maria vai atrás.
Saia do meu caminho.

Eu já lhe disse,
Saia do meu caminho,
É preferível eu viver sozinho,
Saia do meu caminho.

Saia do meu caminho, eu não lhe quero mais
Aonde eu vou, Maria vai atrás,
Aonde eu vou Maria vai atrás.
Saia do meu caminho.

25 de abril de 2012

Paulo Vanzolini.

Hoje aniversaria um ilustre e excelente compositor, que juntamente com Adoniran Barbosa é reconhecido como um grande nome do samba paulista.
Paulo Emílio Vanzolini, ou somente Paulo Vanzolini como assina suas obras, nasceu no dia 25 de abril de 1924 na cidade de São Paulo. Filho do engenheiro Alberto Vanzolini, aos quatro anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Durante os dois anos em que passou a infância no Rio, começou a tomar gosto pelos programas musicais que ouvia no rádio. De volta a São Paulo em 1930, cursou o primário no Colégio Rio Branco e fez o ginásio numa escola publica, terminando o curso em 1938.
A paixão pelo samba surgiu desde que tinha dez anos de idade quando gostava de ir aos bailes na sede de um clube perto de sua casa e por lá se sentava ao lado da orquestra, somente para ouvir música. Na adolescência começou a freqüentar rodas de malandros, cultivando desde então uma combinação peculiar entre a boemia e a paixão pelos estudos, sendo que um grande interesse por zoologia de vertebrados levou-o a cursar a Faculdade de Medicina passando então a freqüentar as rodas boêmias de estudantes e a compor seus primeiros sambas. Tendo se diplomado em 1947, foi para os EUA, onde se doutorou em zoologia, na Universidade de Harvard, posteriormente retornando ao Brasil. Antes, entre 1944 e 1945 foi servir o exército no quartel do Ibirapuera, na Cavalaria, apesar das cicatrizes na perna em conseqüência das operações sofridas na adolescência por um grave problema nos ossos, mas por essa época, já estava cansado de ser tratado pela família como um rapaz doente.
Um primo seu, Henrique Lobo vindo a ser locutor da Rádio América, o convidou para trabalhar num programa apresentado pela atriz Cacilda Becker, com quem o Paulo Vanzolini fez amizade. Esse trabalho lhe permitiu realizar o desejo antigo de sair da casa dos pais e ganhar a vida com seu próprio sustento, indo morar num apartamento no famoso Edifício Martinelli, onde estreitou os laços com a boemia. No prédio, havia até um táxi-dancing, que Vanzolini e os amigos freqüentavam de graça, fazendo amizade com os músicos e com as dançarinas. Em 1951, compôs o samba Ronda, que inicialmente, porém, não obteve maior repercussão, lançado por Inezita Barroso, só fazendo sucesso real nos anos 60, graças à gravação da cantora Márcia, voltando depois às paradas na voz de Maria Bethânia, que o regravou em 1978. Ainda em 51, Vanzolini lançou um livro de poemas, sob o título "Lira". Em 1953 foi convidado a trabalhar na TV Record, de São Paulo, produzindo os programas de Araci de Almeida. Mais tarde, em 1959, ofereceu seu samba Volta Por Cima à cantora Inezita Barroso, que não quis gravá-lo. Por influência de um amigo, voltou a mostrar o mesmo samba ao cantor Noite Ilustrada, que o lançou em 1963 com grande sucesso.
Tornou-se diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo e continuou acumulando composições inéditas, conhecidas apenas por restrito grupo de boêmios, principalmente os freqüentadores da boate Jogral, onde costumava cantar. Em novembro de 1967, seus amigos Luís Carlos Paraná e Marcus Pereira resolveram produzir o LP – 11 Sambas e Uma Capoeira – com músicas de Vanzolini interpretadas por vários cantores, entre os quais o próprio Paraná (Capoeira do Arnaldo), Chico Buarque (Praça Clóvis e Samba Erudito), Cristina Buarque (Chorava no Meio da Rua) e Adauto Santos (Cravo Branco).
No ano seguinte, com Toquinho, seu único parceiro, inscreveu a música Na boca da noite no II Festival Internacional da Canção, da TV Globo, vencendo a parte paulista do concurso. Com Toquinho compôs, ainda, Boba e Noite Longa, ambas em 1969, entretanto, só teve novas músicas gravadas em 1974, ano em que a cantora Cristina lançou Cara Limpa e Marcus Pereira, editou um segundo LP de Paulo – A música de Paulo Vanzolini – com músicas interpretadas por Carmen Costa e Paulo Marques, entre elas Mulher Que Não da Samba, Falta de Mim, Teima Quem Quer. Em 1981 lançou o Paulo Vanzolini Por Ele Mesmo, onde o próprio Paulo interpreta suas canções. Em 1997 foi homenageado, na USP, com um show em que foi apresentada uma nova música sua, Quando Eu For, Eu Vou Sem Pena.
Fontes: dicionariompb.com.br, wikipedia, mpbnet.com.br e cliquemusic.uol.com.br.

Volta Por Cima
(Paulo Vanzolini)

Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram, pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei quero ver quem dava
Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher venha lhe dar a mão
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima

Juízo Final
(Paulo Vanzolini)

No último dia da vida, encontrei-me com os meus pecados
Uns maiores, outros menores, mas no geral bem pesados
Do outro lado somente a ingratidão que sofri
O anjo pôs na balança e vestido de branco eu subi.
Agora só toco harpa de camisola e sandália
Espio pra ver lá embaixo a quadrilha da fornalha
Aquela ingrata hoje está trabalhando de salsicha
Espetadinha no garfo Satanás fritando a bicha (Ô demônio: capricha!)

Samba Erudito
(Paulo Vanzolini)

Andei sobre as águas como São Pedro
Como Santos Dumont fui aos ares sem medo
Fui ao fundo do mar como o velho Picard
Só pra me exibir, só pra te impressionar
Fiz uma poesia como Olavo Bilac
Soltei filipeta pra ter dar um Cadillac
Mas você nem ligou para tanta proeza
Põe um preço tão alto na sua beleza
E então, como Churchill eu tentei outra vez
Você foi demais pra paciência do inglês
Aí, me curvei ante a força dos fatos
Lavei minhas mãos como Pôncio Pilatos

Praça Clóvis
(Paulo Vanzolini)

Na Praça Clóvis minha carteira foi batida
Tinha vinte e cinco cruzeiros e o teu retrato
Vinte e cinco, eu, francamente, achei barato
Pra me livrarem do meu atraso de vida
Eu já devia ter rasgado e não podia
Esse retrato cujo olhar me maltratava e perseguia
Um dia veio o lanceiro naquele aperto da praça
Vinte e cinco, francamente, foi de graça

24 de abril de 2012

O Ensaio.

Recentemente numa dessas nossas conversas entre componentes da ala de compositores, surgiu o assunto sobre o começo da nossa escola, suas origens, desde a idéia dos integrantes da Fanfacali em montar um bloco carnavalesco, com o intuito inicial de manter próximos os membros da fanfarra, passando pelos ensaios até chegar a grande Família que hoje nos tornamos. Particularmente me instigou a recordação dos ensaios que eram feitos na Rua Candido Fontoura da Silveira – conhecida também por Rua do Morro da Balança, próximo ao cruzamento com a Avenida Jose Gomes da Rocha Leal – muito antigamente chamada de Avenida Circular, num ponto que fica entre o prédio que antigamente abrigava a Escola Estadual Cásper Líbero e onde agora é a Delegacia de Ensino da cidade, e esse no qual hoje se encontra abrigada a escola estadual. Apesar de não freqüentar desde os anos iniciais, já que o bloco foi fundado em 1983 e eu só comecei a participar em 1986, me lembro bem que os ensaios eram feitos ali na rua, próximo a esquina, já que não possuíamos um outro local mais adequado, até pelo fato de sermos então, apenas um jovem bloco carnavalesco em seus primeiros passos no carnaval bragantino. Os instrumentos da bateria, bem como a aparelhagem, ficavam todos guardados num quartinho que a fanfarra tinha no prédio do antigo Cásper. Todo dia de ensaio era a mesma trabalheira por parte de muitos de nós: carregar mesa e caixas de som para serem montados e ligados junto a um desses palanques feitos em estrutura de aço que a Prefeitura Municipal cede para eventos na cidade. Os surdos, caixas, taróis, repeniques eram retirados no quartinho pelos integrantes da bateria, que tinham, quase que sempre, serem praticamente recolhidos do Bar do Seu Fujita, que funcionava ao lado. Certo que uns ia lá por causa da cervejinha bem gelada, enquanto que outros tinham como interesse as jovens e belas filhas que ajudavam o Seu Fujita no atendimento, mas como tinha que ter ensaio ia todo mundo para o batuque. O ensaio era gostoso, a bateria iniciava o andamento, depois parava e um surdo iniciava a marcação para que um intérprete da escola cantasse um samba, muitos das escolas de samba do Rio de Janeiro, isso muito raramente acompanhado por um cavaquinho, que aparecia bem mais nos ensaios finais, com os acordes do samba a ser cantado na avenida. Quando chovia era um corre-corre, um Deus nos acuda pra carregar aparelhagem e instrumental de volta para o quartinho, o que somente não acontecia nos dias que o Cléber teimava em ensaiar mesmo com a chuva, sob a alegação de que se chovesse no dia do desfile era pra gente se acostumar, e assim, embora muitos não concordassem, ficava a bateria ali ensaiando, mas pra não passar uma imagem de rabugento dele, lembro que a gente só ensaiava desse modo quando a chuva era mais amena. Nossos ensaios cresciam com a proximidade do dia do desfile e muita gente de fato comparecia, ou por simpatia pela escola, ou por curiosidade ou alguns talvez porque não tinham nada de mais interessante que fazer em casa, mas o fato é que os freqüentadores aumentavam a cada ano e isso colaborou em muito no crescimento da escola, tanto que depois tivemos que sair dali e procurar espaços mais apropriados.
Bem, essa lembrança me faz também parar para pensar nos raros momentos, em verdade, que esse crescimento acaba por confundir o sentimento de alguns novos ou velhos integrantes da escola, fazendo com que certa soberba sufoque a maior e mais importante essência que nossa escola carrega e que formou a base firme e forte de sua estrutura que é a humildade com a qual sempre trabalhamos. Pensando nisso escrevi um samba simples e sincero, com um final não em forma de crítica, mas apenas uma citação para que os mais antigos se recordem e os mais jovens conheçam mais do nosso começo. Espero que a letra seja bem compreendida e que em breve possamos disponibilizar o áudio junto ao nosso blog.

L.C.Genardão


O ENSAIO

Saudade bateu forte no meu peito
Pra lembrar um tempo que não vai voltar
Lembrei de uns dias de janeiro e fevereiro
Ainda jovem batuqueiro, numa esquina da Av. Circular.
Junto a um palanque que vinha da prefeitura
Nosso ensaio era na rua, era a nossa opção.
Um cavaquinho não se ouvia todo dia,
Mesmo assim a bateria dava conta do refrão
E no intervalo todos lá pro Seu Fujita,
Uns pra paquerar as filhas, outros de copo na mão.

Quando chovia, era aquela correria,
Pra levar a aparelhagem pro quarto da bateria
Isso se o Cleber não teimasse em ensaiar
Mesmo embaixo de chuva, pra gente se acostumar.
Quando o dia do desfile ia chegando
Nosso ensaio ia aumentando, muita gente ia pra ver,
Aquele bloco, que era então uma promessa,
E que crescido virou esta grande escola de valor,
Que caminhou, procurou outros lugares,
Novos rumos, novos ares, mas sabe onde começou.

Só quem viveu, sabe o que é esta saudade,
Mas fica a curiosidade a quem queira imaginar.
Por isso quando essa tal da vaidade,
Por soberba, a humildade, tente às vezes sufocar,
Peço que pensem no começo dessa lida,
Nos ensaios lá na esquina da Av. Circular.
 

23 de abril de 2012

Geraldo Pereira

"Salve, São Jorge!...Que São Jorge Guerreiro proteja e defenda sempre a nós todos! "

Bem minha gente, o dia de hoje marca não somente por ser o dia desse querido padroeiro, mas também por ser a data de nascimento de um grande compositor de samba, considerado por muitos como o inventor do samba sincopado, estilo que faria por germinar a semente que floriu na bossa nova.
Geraldo Theodoro Pereira ou simplesmente Geraldo Pereira, nascido em Juiz de Fora, MG no dia 23 de abril de 1918, foi cantor além de excelente compositor. Em 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro para morar com o irmão mais velho, Manoel Araújo, conhecido como Mané-Mané e que morava no Santo Antônio, Morro de Mangueira. Passou a trabalhar como ajudante do irmão no balcão de uma tendinha mantida por ele no Buraco Quente, localidade do Morro da Mangueira. Em 1931, passou a estudar no bairro de Vila Isabel e por essa época, conheceu Buci Moreira, Padeirinho e Fernando Pimenta, que tinham idade semelhante a sua e que se tornariam futuros sambistas. Pouco tempo depois, deixou de trabalhar na tendinha o irmão e empregou-se como soprador de vidro na fábrica de vidro José Scaroni, na Rua Gonzaga Bastos, lá permanecendo por pouco tempo. Já nessa época, participava de rodas de samba no Morro da Mangueira na casa de Alfredo Português. Aos 18 anos de idade, tirou sua carteira de motorista, empregando-se na Prefeitura do Rio de Janeiro, no volante do caminhão de limpeza urbana, emprego que manteve por toda a vida. Aprendeu a tocar violão com Aluísio Dias e Cartola.
Em 1938, aos 20 anos de idade, compôs o samba "Farei Tudo", em parceria com Fernando Pimenta, proibido pela censura, porque seus versos foram considerados excessivamente ousados para a época. A partir de então, começou a fazer seus primeiros trabalhos musicais, inspirado no movimento denominado "samba do telecoteco", do qual Ciro de Souza era um dos principais articuladores. Em 1939, teve sua primeira música gravada, o samba "Se Você Sair Chorando", com Nelson Teixeira, registrado por Roberto Paiva. Esse samba foi finalista no Concurso de Músicas Carnavalescas do Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, do Governo Getúlio Vargas, tendo sido tocado nas rádios e cantado nas ruas do Rio de Janeiro, projetando seus autores no meio artístico carioca. Ao fazer o arranjo para o samba, Pixinguinha pediu ao cantor Roberto Paiva que o apresentasse ao autor, pois a originalidade da melodia o havia impressionado imensamente.
Por volta de 1940, conheceu Isabel, grande amor de sua vida, musa inspiradora de sambas como "Acabou a Sopa", gravado em 1940 por Ciro Monteiro e "Liberta Meu Coração", gravada em 1947 por Abílio Lessa. Teve gravado por Moreira da Silva em 1943 o "Samba Pro Concurso". Nesse ano, fez grande sucesso com o samba "Você Está Sumindo", parceria com Jorge de Castro, gravado por Ciro Monteiro, seu grande intérprete, amigo e protetor. Em 1944 obteve novo grande sucesso na voz de Cyro Monteiro com "Falsa Baiana", um dos grandes sambas da música brasileira, inspirado na esposa do compositor Roberto Martins, incapaz de sambar no carnaval, com sua fantasia de baiana. Para especialistas, "Falsa Baiana" chama a atenção por sua originalidade melódica e estruturação rítmica. Segundo Nelson Sargento, "depois dessa música, a coisa mais difícil era encontrar Geraldo no morro de Mangueira".
Em 1949, Roberto Silva gravou o samba "Minha Companheira". Nesse ano, teve "Que Samba Bom" gravado por Blecaute, que se tornou um dos maiores sucessos de vendagem da década, levando-o inclusive pela primeira vez a reclamar com a gravadora seus direitos autores pelas vendas dos discos. Ainda nesse ano, Blecaute gravou o samba "Chegou a Bonitona", com José Batista.
Gravou de sua autoria e Arnaldo Passos o samba "Ministério da Economia", sua primeira incursão no terreno da política, elogiando ironicamente a criação do Ministério da Economia pelo presidente Getúlio Vargas. A letra descreve as agruras de um habitante do morro que, não agüentando a inflação, havia mandado sua "Nêga bacana meter os peitos na cozinha da madame em Copacabana".
Em 1955, três meses antes de falecer subitamente vítima de hemorragia intestinal, aos 37 anos, em conseqüência de uma briga num bar da Lapa com o lendário malandro "Madame Satã", viu seu último sucesso gravado em disco, o samba "Escurinho", que conta a trajetória de um escurinho pacato, que de uma hora pra outra muda de comportamento e sai pelos morros comprando brigas, lançado em fevereirto daquele ano por Cyro Monteiro. Depois de sua morte seus sambas continuaram a ser regravados por inúmeros cantores e cantoras, como em 1956, quando teve o samba "Falsa Baiana" regravado por Guio de Morais e seu Ritmo e três anos depois, quando foram gravados por Roberto Paiva os sambas "Escurinho", e "Pedro do Pedregulho" e por Jorge Veiga o samba "Acertei no Milhar".
Em 1971, Paulinho da Viola regravou o samba "Você Está Sumindo" e João Gilberto recriou com sucesso o samba "Bolinha de Papel" para o disco que fazia parte da série "História da Música Popular Brasileira", da Editora Abril dedicado à obra do compositor. Para o mesmo disco foram regravados os sambas "Chegou a Bonitona", por Blecaute; "Escurinha", por Jorge Veiga e "Escurinho", por Roberto Silva. No mesmo ano, Gal Costa regravou o samba "Falsa baiana" no LP "Gal a todo vapor". Em 1974, Chico Buarque incluiu o samba "Sem compromisso", com Nelson Trigueiro no LP Sinal Fechado.
No LP "Roberto Silva interpreta Haroldo Lobo, Geraldo Pereira e seus parceiros", lançado em 1976, teve regravados os sambas "Escurinho", "Os Caprichos Meus", "Lembras-te Daquela "zinha"?"; "Pisei Num Despacho" e "Você Está Sumindo". Em 1979, seu samba "Ministério da Economia" foi proibido pela Censura Federal de ser gravado por Leci Brandão. Em 1980, este samba foi finalmente liberado e gravado por Monarco no LP "Evocação V". Ainda em 1980, foi homenageado pela escola de samba Unidos do Jacarezinho com o enredo "Homenagem a Geraldo Pereira", cujo samba-enredo foi feito por Monarco e em 1981, João Nogueira regravou os sambas "Você Está Sumindo" e "Escurinha". No carnaval de 1982, o compositor foi novamente homenageado no enredo "Geraldo Pereira eterna glória do samba", da Escola de Samba Unidos do Jacarezinho.
Em 2004, foi homenageado no espetáculo "Geraldo Pereira - Um Escurinho Brasileiro" e em 2005, por ocasião dos 50 anos de sua morte foi homenageado pelo jornalista Luís Pimental com uma crônica no Jornal do Brasil na qual o jornalista assim se referiu ao compositor: "O melodista - a quem se atribui a invenção ou pelo menos a burilada do samba sincopado - e letrista de versos livres e arrojados ("Tá louca, chamando pra casa/Agora que o samba enfezou/Vou com a turma pras cabeças/ Não me aborreça, vá que depois eu vou"), viveu apenas 37 anos, mas sua obra valiosíssima tem sido revisitada e regravada em vários momentos e por nomes marcantes da MPB".
(Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB)

Falsa Baiana
(Geraldo Pereira)

Baiana que entra no samba e só fica parada
Não canta, não samba, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca.
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca.

A falsa baiana quando entra no samba ninguém se incomoda
Ninguém bate palma, ninguém abre a roda
Ninguém grita ôba, salve a Bahia, Senhor!
Mas a gente gosta quando uma baiana quebra direitinho
De cima embaixo revira os olhinhos
E diz eu sou filha de São Salvador!

Que Samba Bom
(Geraldo Pereira/ Arnaldo Passos)

Ô, que samba bom! Ô, que coisa louca !
Eu também tô aí! Tô aí, que é que há
Também tô nessa boca.

Muita bebida, mulher sobrando
Tem até trouxa nesse samba se arrumando
Eu nesse samba , vou me acabar.
Num samba desses, vale a pena a gente entrar.

Escurinho
(Geraldo Pereira)

O escurinho era um escuro direitinho
Que agora tá com essa mania de brigão
Parece praga de madrinha ou macumba
De alguma escurinha que lhe fez ingratidão
Saiu de cana ainda não faz uma semana
Já a mulher do Zé Pretinho carregou
Botou embaixo o tabuleiro da baiana
Porque pediu fiado e ela não fiou
Já foi no Morro da Formiga procurar intriga
Já foi no Morro do Macaco e lá bateu num bamba
Já foi no Morro dos Cabritos provocar conflitos
Já no foi no Morro do Pinto pra acabar com o samba.

20 de abril de 2012

Rildo Hora.

Hoje aniversária uma grande figura do cenário musical brasilerio, o excelente Rildo Hora, a quem humildemente homenageamos com esse simples registro sobre sua história. 
Rildo Alexandre Barreto da Hora, gaitista, violonista, cantor, compositor, arranjador e produtor musical brasileiro, nascido em Caruaru, no dia 20 de abril de 1939. Filho de um dentista alagoano com uma pernambucana professora de teoria musical e piano. Em 1945 mudou-se com a família para a cidade do Rio de Janeiro, indo morar no subúrbio carioca de Madureira. Aos seis anos de idade, interessou-se por harmônica de boca. Tornou-se autodidata passando a estudar o instrumento, mesmo sem mestre. Desenvolveu a sua técnica tocando frevos e choros que ouvia no rádio. Estudou harmonia, contraponto e composição na Escola de Música Pró-Arte com o maestro Guerra Peixe, que escreveu especialmente para ele "Suíte Quatro Coisas". Teve aulas de violão com Meira e com Oswaldo Soares e freqüentou outros cursos no Centro de Estudos Musicais. Ainda criança, freqüentava o botequim do Seu João e o bar do Nozinho, próximos a sua casa, em Madureira, apreciando o samba dos mestres Candeia, Waldir 59, Chico Santana, Alvaiade e Manacéa, entre outros da Portela. Aos 11 anos, tocava em festas populares pelos subúrbios do Rio de Janeiro e apresentou-se na Rádio Mayrink Veiga, no Programa Trem da Alegria, comandado pelo "Trio de Osso" (Lamartine Babo, Heber de Boscoli e Iara Sales). Nesta época, conheceu o violonista Mão de Vaca (Manoel da Conceição) e apresentou-se no programa "A Hora do Pato", na Rádio Nacional, passando a freqüentar a emissora. Aos doze anos venceu o Concurso das Gaitas Hering, na Rádio Mauá do Rio de Janeiro, patrocinado pela fábrica de Gaitas Hering. Foi convidado por Fred Williams a fazer parte do grupo de gaitistas do programa. Tocou cavaquinho em shows circenses, acompanhando cantores, e como solista de gaita de boca. Tomou parte também do programa 'Festival de Gaitas' na Rádio Nacional. Em 1958, junto com Sérgio Leite e Luis Guimarães formou o trio 'Malabaristas da Gaita'. No ano seguinte fez sua primeira composição com Gracindo Jr. "Brigamos Com o Amor", gravada por Carminha Mascarenhas. Na época da Bossa Nova, passou a tocar violão e a cantar. Em 1960, gravou um disco de 78 rpm com duas músicas: "Anjo" (c/ Alcino Diniz) e "Nem uma luz brilhou", de Gilvan Chaves. A partir do ano de 1968 passou a trabalhar como produtor musical, trabalhando na gravadora RCA. Sua primeira produção foi o LP 'Música Nossa', seguida dos discos de Antonio Carlos e Jocafi, João Bosco, Martinho da Vila e Maria Creuza. A partir daí foi estudar harmonia, contra ponto e composição com o maestro Guerra Peixe. No ano de 1971, produziu o disco "Memórias de Um Sargento de Milícias", de Martinho da Vila e um LP carnavalesco com vários artistas, no qual Mário Alves interpretou a sua canção "A vida não me leva". Em 1973, participou como gaitista, da gravação do LP "Pérola Negra", de Luiz Melodia, na música "Estácio Holly Estácio". No mesmo ano, foi produtor do LP "João Bosco", disco de estréia do cantor e compositor mineiro. Produziu no ano de 1978 o disco "Tendinha" de Martinho da Vila. No ano posterior, Ataulfo Alves Júnior, com produção sua, gravou "Velha-Guarda da Portela" e "Os Meninos da Mangueira", ambas compostas com Sérgio Cabral. Em 1987 executou na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, o "Concerto para Harmônica e Orquestra", de Villa-Lobos, sob a regência do maestro Davi Machado. Ttrabalhou com vários artistas brasileiros tais como: Martinho da Vila, Mariza Rossi, Luiz Gonzaga, Jair Rodrigues, Carlos Galhardo, Vicente Celestino,Clara Nunes, Maria Creuza, Chiquinho do Acordeom, entre outros.
Lançou no ano de 2000 o "Casa de samba volume 4", com a Velha Guarda da Portela e Alcione, Dudu Nobre e João Bosco, Noite Ilustrada e Cássia Eller, entre outras duplas inusitadas. Em 2001 fez a produção do disco "Chorinho" para a gravadora alemã Teldec. Neste disco, participaram Altamiro Carrilho, Carlos Malta, Sivuca, Henrique Cazes, Época de Ouro, Pedro Amorim, Joel Nascimento, Maria Teresa Madeira e Ademilde Fonseca.
Fonte Wikipédia
  
Os Meninos da Mangueira
(Sergio Cabral / Rildo Hora)

Um menino da Mangueira recebeu pelo Natal
Um pandeiro e uma cuíca que lhe deu Papai Noel
Um mulato sarará, primo irmão de Dona Zica
Foi correndo organizar uma linda bateria
Carnaval já vem chegando e tem gente batucando
São meninos da Mangueira, Carlos Cachaça,o menestrel
Mestre Cartola,o bacharel, Seu Delegado,um dançarino
Faz coisas que aprendeu com Marcelino
Um menino da Mangueira recebeu pel Natal
Um pandeiro e uma cuíca que lhe deu Papai Noel
Um mulato sarará, primo irmão de dona Zica
E a velha guarda se une aos meninos lá na passarela
Abram alas que vem ela, a Mangueira toda bela
Um menino da Mangueira recebeu pelo Natal
Um pandeiro e uma cuíca que lhe deu Papai Noel
Um mulato sarará, primo irmão de dona Zica
Ô Padeirinho,cadê Xangô? Ô Preto rico,chama o Sinhô
E Dona Neuma maravilhosa é a primeira mulher da verde-rosa
E onde é que se juntam o passado, o futuro e o presente?
Onde o samba é permanente? Na Mangueira, minha gente!

19 de abril de 2012

Aroldo Melodia

Rá! Rai!... Segura mariba!... Gente boa do samba, o dia de hoje marca a passagem do aniversário de um dos grandes interpretes de escola de samba do Rio de Janeiro, o qual infelizmente não se encontra mais entre nós, mas que provavelmente deve estar desfilando seu talento numa divina passarela de samba, o grande Aroldo Melodia ou Aroldo Forde, como foi registrado, nascido na Ilha do Governador, no bairro da Cacúia, na Zona norte do Rio de Janeiro no dia19 de abril de 1930.
Cantor e Compositor, filho de uma doméstica e de um estivador, foi por 36 anos intérprete da União da Ilha. Pai de sete filhos, dentre eles, o também puxador de escola de samba e compositor Ito Melodia, fundou, com seus parceiros Ademar e Nelson Pequenininho, o bloco Paraíso Tropical que desfilava no bairro Cacuia.
Ganhou o apelido de Aroldo Melodia, devido à sua afinação e graças ao vozeirão e a pecha de compositor moldada nas rodas de samba e gafieiras da Ilha do Governador, tendo passado por diversos blocos carnavalescos do outro lado da Baía de Guanabara (Guerreiros da Ilha, Boi da Ilha) até chegar em 1958 à União da Ilha do Governador na época em que desfilava na Praça XI, a convite do presidente da escola Paulo Amargoso, onde ficou por 36 anos.
Aroldo Melodia foi um dos protagonistas da projeção e da fase áurea que a escola tricolor teve, da segunda metade dos anos 70 até a primeira metade da década de 80, quando consagrou o estilo bom, bonito e barato de fazer carnaval, apesar de nunca ter conquistado um título no Grupo Especial. Foi responsável por instituir os hoje obrigatórios gritos de empolgação tanto para a escola que desfila (Vamos lá, bateria! Gira minhas baianas!) quanto para o povo que assiste (Canta meu povo!), tendo de passagem importantíssima na história da União da Ilha, onde foi muito importante para a história da agremiação, como no ano de 1974, quando a tricolor insulana subiu para o Grupo Especial com o samba "Lendas e Festas das Yabás".
Compôs, ao lado de Leôncio Silva, o samba-enredo em homenagem à União da Ilha do Governador "Azul, Vermelho e Branco", em 1974. Defendeu pela escola na avenida o excelente samba-enredo "Domingo" que levou a União da Ilha ao terceiro lugar, em 1977, antológico, aliás, e que garantiu o prêmio Estandarte de Ouro como melhor samba-enredo e melhor escola. Aos gritos de "já ganhou" este desfile foi inesquecível e assim sempre será para os amantes do Carnaval.
No ano seguinte, levou a união ao quarto lugar com "O Amanhã", samba muito conhecido e cantado até hoje inclusive por outras escolas de samba, nos dias de ensaios nas quadras.
Em 1982 ele cantou como ninguém o inesquecível samba "É hoje", cuja letra é uma das mais regravadas do mundo do samba.
Aroldo passou também por outras escolas como a Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1984; Acadêmicos de Santa Cruz, em 1985 e 1986, quando foi contemplado com um Estandarte de Ouro de melhor puxador; Unidos da Ponte, em 1989 e 1990; Caprichosos de Pilares, em 1990, com passagem até na pequena Camisolão, de Niterói.
Gravou o samba "Moça Bonita", que compôs em parceria com L. Harmonia, Zezé e Clebinho, seu filho, inspirado em uma menina que estava sempre nos mesmos eventos em que ia.
Retornando a Ilha, no ano de 1991, a voz do mestre se fez ecoar com os versos: "Hoje eu vou tomar um porre, não me socorre, que eu tô feliz", quando a agremiação homenageou Didi, compositor que venceu 22 disputas de samba-enredo.
Aroldo cantou na Sapucaí em 1995, ano que foi sua despedida, no enredo “Todo Dia é Dia de Índio”, encerrando sua carreira no ano seguinte quando sua trajetória foi interrompida devido a um derrame sofrido logo após o carnaval, o que obrigou o velho intérprete a andar de cadeira de rodas e se afastar do microfone no desfile principal. Seu último registro fonográfico está presente no CD do Grupo de Acesso de 2006, em que gravou, com Rixxa, a faixa da escola de samba Flor da Idade.
Conhecido por seu famoso grito: "Segura a marimba!", foi homenageado no enredo da Lins Imperial em 2003, intitulado "Segura marimba, Aroldo Melodia vem aí!”.
Aroldo faleceu em 2 de julho de 2008, aos 78 anos de idade, vítima de falência múltipla dos órgãos causadas por insuficiência cardíaca e respiratória. Seu estilo deixou diversos discípulos, entre eles, seu filho Ito, que começou como apoio de seu próprio pai.


União da Ilha 1978 - O Amanhã
(João Sérgio)
  
A cigana leu o meu destino, eu sonhei
Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante
Eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?
Já desfolhei o mal-me-quer
Primeiro amor de um menino
E vai chegando o amanhecer
Leio a mensagem zodiacal
E o realejo diz que eu serei feliz
Como será o amanhã?
Responda quem puder
O que irá me acontecer?
O meu destino será como Deus quiser


União da Ilha 1982 - É Hoje
(Didi / Mestrinho) 
A minha alegria atravessou o mar e ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante no maior show da Terra
Será que eu serei o dono desta festa
Um rei no meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera, hoje é dia do riso chorar
Levei o meu samba pra mãe-de-santo rezar
Contra o mau olhado carrego o meu Patuá
Acredito ser o mais valente nesta luta do rochedo com o mar
É hoje o dia da alegria e a tristeza nem pode pensar em chegar

Diga espelho meu se há na avenida alguém mais feliz que eu

União da Ilha 1991 - De Bar em Bar, Didi Um Poeta
(Franco)

Hoje eu vou tomar um porre, não me socorre que eu tô feliz
Nessa eu vou de bar em bar beber a vida que eu sempre quis

E no bar da ilusão eu chego, é pura paixão que eu bebo
Amor me deseja, me dá um chamego, me beija e faz um cafuné
Bebo vem e bebo vai que nem maré, balança mas não cai, boêmio é

Garçom, garçom, bota uma cerva bem gelada aqui na mesa
Que bom, que bom, minha alegria deu um porre na tristeza
Poeta enredo da canção, cartilha que eu aprendi
Canta a Ilha a emoção, saudade de você, Didi

Amor, amor, eu vou, é nessa aqui que eu vou
O sol vai renascer do meu astral
Amor, amor, eu vou, ô esquindô, esquindô
Num gole eu faço um carnaval

Quem somos.

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Bragança Paulista, SP
A Ala de Compositores da Faculdade do Samba Dragão Imperial possui cerca de 40 membros, dos quais grande parte todos os anos escrevem e participam do concurso da escolha do samba enredo da Azul e Rosa. Os Poetas Imperiais, como também são denominados, realizam rodas de samba semanais nas quais relembram sambas de diversos ícones desse ritmo brasileiro, com um tempêro todo seu na "quase famosa" Panela Imperial, que inclusive já se apresentou em algumas cidades, como Serra Negra, além da sua Bragança Paulista. Esse blog é um veículo para a divulgação das atividades da Ala, de dados culturais relativos ao samba, além de ser um espaço para que nossos compositores divulguem suas letras, os áudios de seus sambas, postem fotos de eventos realizados e muito mais...

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